Nasceu em São Caetano da Vargem Grande, Minas |Gerais, em 26 de fevereiro de 1868 e
faleceu em Itajubá, Minas Gerais, em 15
de maio de 1966. Foi um advogado e
político brasileiro; presidente
do Brasil entre 1914 e 1918, com
um pequeno afastamento de um mês em 1917 por
motivo de doença. Seu vice-presidente foi Urbano Santos da Costa
Araújo.
Formação
e Carreira política
Era filho de Francisco Brás Pereira Gomes e de Isabel Pereira
dos Santos. Nascido na então São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis.
Seu pai era o chefe político da cidade, a qual leva seu sobrenome.
Venceslau Brás estudou no tradicional Colégio Diocesano de São
Paulo nos anos de 1881 a 1884 e obteve o diploma de bacharel em direito pela Faculdade
de Direito de São Paulo em 1890. De volta a Minas Gerais,
foi advogado e promotor público em Monte Santo de Minas e
foi prefeito da cidade destacando-se na sua administração por ter introduzido o
sistema de abastecimento de água na cidade. Presidiu a Câmara Municipal
de Jacuí, e a seguir foi deputado estadual.
Entre 1898 e 1902 foi secretário do
Interior, Justiça e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então deputado
federal, (chegando a líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados),
em 1903. Em 1909 assume a Presidência de Minas Gerais onde fica
até se candidatar à vice-presidência da república. Foi eleito vice-presidente
em 1 de março de 1910, obtendo 406.012 votos, derrotando o candidato
da Campanha Civilista, Albuquerque Lins, que teve 219.106 votos.
Presidente da República
Em 1 de março de 1910,
Venceslau Brás é eleito vice-presidente da república, tendo Hermes
da Fonseca sido eleito presidente,
derrotando Rui Barbosa, que estava
sem apoio, ele conquistou o cargo através da política do café com
leite, após os estados de São Paulo e Minas Gerais
se reconciliarem com o Tratado de Ouro Fino. Em 1913, seu nome foi proposto como medida reconciliatória
entre Minas Gerais, São
Paulo e os outros estados, como candidato à
sucessão de Hermes. Minas Gerais havia vetado a candidatura de Pinheiro
Machado que era apoiado por Hermes da Fonseca,
e Rodrigues Alves, que, na época,
governava São Paulo, vetara a candidatura Rui Barbosa.
Venceslau Brás foi eleito presidente em 1 de março de 1914,
obtendo 532.107 votos contra 47.782 votos dados a Rui Barbosa.
Logo de início teve de combater a Guerra do Contestado (crise
herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de
terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido
um dos fatores a dar origem ao conflito. Venceslau Brás definiu em 1916 os
atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Em 20 de outubro de
1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no Palácio do Catete, um
acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo
Congresso Nacional, e publicado pelo decreto 3.304 de 3 de agosto de
1917.
Crises e a Grande Guerra
na Europa
Enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a
Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.
Venceslau definiu seu governo como o "Governo da pacificação
dos espíritos", que buscou o entendimento nacional depois do
conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo ocorrem os chamados
"3 G": A Grande Guerra, (como se chamava, na época, a Primeira
Guerra Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.
Promulgou o primeiro Código Civil brasileiro, que entrou em
vigor em 1 de janeiro de 1916 e que foi a primeira lei a
grafar o nome Brasil com a letra S.
O torpedeamento de navios brasileiros, em 26 de
outubro de 1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira
Guerra Mundial. Tendo a participação do país no conflito se resumido ao
envio de uma esquadra naval para colaborar na guerra anti-submarina,
e uma missão militar à frente ocidental, em 1918.
Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante
o seu mandato, causadas pela guerra, Venceslau Brás incentivou a industrialização nacional,
porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o
governo necessitava de armamentos bélicos que requeriam uma indústria mais
sofisticada que a do Brasil de 1914.
Mais
de 1500 pessoas morreram de Gripe Espanhola em seus últimos anos como
presidente da República. Seu mandato terminou em 15 de novembro de 1918,
quando o advogado e republicano mineiro Delfim Moreira assumiu
o cargo sem um vice-presidente.
Ministérios e Ministros
1
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Agricultura, Indústria e Comércio
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Pandiá Calógeras
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José Rufino Bezerra Cavalcanti
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Carlos Maximiliano Pereira dos Santos
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João Gonçalves Pereira Lima
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||
2
|
Fazenda
|
Sabino Barroso
|
Pandiá Calógeras
|
||
Augusto Tavares de Lira
|
||
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada
|
||
3
|
Guerra
|
José Caetano de Faria
|
Carlos Eugênio de Andrade Guimarães
|
||
José Bernardino Bormann
|
||
4
|
Justiça e Negócios interiores
|
Carlos Maximiliano Pereira dos Santos
|
Augusto Tavares de Lira
|
||
5
|
Marinha
|
Alexandrino Faria de Alencar
|
6
|
Relações Exteriores
|
Lauro Müller
|
Luís Martins de Sousa Dantas
|
||
Nilo Peçanha
|
||
7
|
Viação e Obras públicas
|
Augusto Tavares de Lira
|
Vida Após a Presidência e Homenagens
Morreu em 15 de maio de 1966, em Itajubá,
com 98 anos, sendo o mais longevo de todos os presidentes e vice-presidentes
brasileiros.
Foi o político que permaneceu mais tempo na condição de
ex-presidente e ex-vice-presidente da República, morrendo exatos 47 anos e 6
meses depois de deixar a Presidência e 51 anos e 6 meses depois de deixar a
Vice-presidência.
É homenageado por meio de quatro cidades, duas em Minas
Gerais, Wenceslau Brás e Brasópolis, outra no Paraná, Wenceslau
Brás, e outra em São Paulo, Presidente Venceslau.
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