domingo, 7 de maio de 2017

JESUS: UMA HISTÓRIA DE AMOR

Numa época em que amar era o sentimento mais difícil de se manifestar e menos nobre que alguém poderia ter, porque os “grandes” estavam envolvidos em humilhar, escravizar, espancar e matar, e os “pequenos” estavam acostumados a humilharem-se diante dos “senhores” que os escravizavam, espancavam e matavam, surge um homem de apenas trinta anos, muito jovem, em relação aos profetas sesquicentenários das pregações uni - deístas, que vieram, a quase mil anos antes, de Sua chegada e falaram que o Filho do Próprio Criador do Universo, viria à Terra, nascendo nas nossas condições humanas, para nos mostrar que somos iguais a Deus e uns aos outros, quanto a imagem, e é possível sermos, também, semelhantes a Deus, se O amarmos acima de tudo e amarmos ao nosso próximo como amamos a nós mesmos, vivendo sem nos humilhar a ninguém, mas sem arrogância; servindo a todos, mas sem nos escravizar a ninguém; não temermos a ninguém, mas, também, não batermos em ninguém, antes, darmos o lado direito da face, quando no lado esquerdo nos baterem  e, também,  não temermos àqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma. E sim, temermos Àquele que pode matar o corpo e a alma.
E foi assim, com a autoridade da construção, porque só o amor constrói, que Jesus nos chegou. Escolheu os Seus discípulos, futuros pregadores de Suas palavras, e se encaminhou às ruas, veredas, vilas, povoados e cidades, pregando o amor e chamando de Verdade Suas pregações, que estabeleciam caminhos a seguirmos e condutas a cumprirmos, os quais, já remontam mais de dois mil anos de postulados, e continuam intactos em seus conceitos, porque a Verdade é imorredoura.
A sua vinda agradou a muitos, mas, também, inquietou a muitos, principalmente os que viviam nos palácios e nas mansões, vestindo as mais ricas indumentárias, comendo os melhores pratos, irrigados pelos melhores vinhos, mas aplaudidos apenas por umas  cinco dúzias de humilhados e torturados súditos, que eram obrigados a assim faze-lo para não sofrerem os mais horrendos espancamentos, enquanto Jesus caminhava pelas ruas, vestindo Sua única túnica, já bastante rota pelo uso, calçando Suas únicas sandálias de correias amarráveis, ao estilo judeu, comendo peixe assado e pregando a Verdade aos que O seguiam, O ouviam e O aplaudiam,  que eram, nada menos,  que cinco mil pessoas. Um contingente oitenta vezes maior do que o contingente dos festins palacianos, que aplaudiam seus reis obesos,  mal humorados e embriagados.

Jesus sabia que pregar a Verdade Lhe custaria o preço de sofrimento de dor e morte, mas também sabia que Ele suportaria a dor, com coragem, enquanto homem, e venceria a morte, enquanto Filho de Deus e voltaria ao Pai que O enviou, mas, deixando aqui a Sua história de amor: Então, disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João, 31,32).

segunda-feira, 1 de maio de 2017

BRASIL RETROAGE À ESCRAVIDÃO

Os direitos trabalhistas que hoje vigoram no Brasil, (e não sabemos por quanto tempo ainda irão vigorar), também são vigorados em muitos países do mundo e são  oriundos de conquistas adquiridas em diversas manifestações ocorridas em muitos países capitalistas do ocidente e remontam desde o século dezenove, iniciando com uma manifestação trabalhista que se verificou em Chicago, Estados Unidos no dia 3 três de maio de 1886, tendo como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas.  Mas, infelizmente, esse movimento sofreu forte represália policial, culminando com a morte de três manifestantes.
No dia seguinte, 4 de maio, uma nova manifestação foi organizada naquela localidade, em protesto pelos acontecimentos do dia anterior, tendo terminado com o lançamento de uma bomba, por desconhecidos, contra os policiais que tentavam dispersar os manifestantes. A polícia, então, abriu fogo sobre a multidão. A explosão do artefato e o tiroteio que se seguiu, resultaram na morte de sete policiais e pelo menos quatro civis, além de várias pessoas feridas. Na sequência, cinco sindicalistas foram condenados à morte e três condenados à prisão perpétua. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket ou o Massacre de Haymarket,  e é considerada uma das origens das comemorações internacionais do "1º de Maio",  dia do trabalhador.
No Brasil, desde1895, o dia 1º de maio é, oficiosamente,  comemorando como o dia do trabalhador, porém, sem significativas manifestações. Somente com a chegada dos imigrantes europeus, as ideias de luta pelos direitos dos trabalhadores vieram junto. Em 1917 greves trabalhistas foram iniciadas em São Paulo, em duas fábricas têxteis, obtendo a adesão dos servidores públicos e, rapidamente, se espalhou por toda a cidade e por outros estados do  país, como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul.
Muitos direitos foram reivindicados pelo operariado e algumas reivindicações foram, ainda que tênues, paulatinamente atendidas, principalmente após 1925, quando o presidente Artur Bernardes oficializou 1º de maio como o dia do trabalhador e feriado nacional.
Tentativas de consolidação de leis trabalhistas remontam desde 1806, quando, na França, na era napoleônica, é lançado um postulado sobre a  resolução de problemas relacionados ao trabalho, denominado  Conselhos de Homens Prudentes. Porém, os anos que simbolizam os passos mais estruturais para futuras normatizações de leis trabalhistas em todo o mundo começam a partir de 1917, quando normas legais de proteção ao trabalhador começaram a se estabelecer com a Constituição mexicana, que dedicou 30 artigos aos direitos sociais e do trabalhador. O Tratado de Versalhes, em 1919, do qual se originou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que não admite que o trabalho seja tratado como mercadoria, assegura a jornada de 8 horas diárias de trabalho, isonomia salário de categorias, repouso semanal, salário mínimo, 13º salário anual, etc., além de dispor sobre direito sindical.
No Brasil, a primeira legislação a tratar de direito do trabalho remonta a 1830, quando foi regulado o contrato sob prestação de serviços dirigida a brasileiros e estrangeiros. Em 1837 foi criada uma normativa sobre contratos de prestação de serviços entre colonos, dispondo sobre justa causa. Em 1850 o Código comercial do Brasil contém preceitos alusivos ao aviso prévio.
O surgimento da legislação trabalhista e da Justiça do Trabalho no Brasil sofreu influência dos princípios de proteção ao trabalhador, defendidos pelo Papa Leão XIII, em sua encíclica Rerum Novarum, de 1891.
Finalmente, em 1º de maio de 1943, o presidente Getúlio Vargas publica no Diário Oficial do Brasil, a Consolidação das Leis Trabalhistas, ou Decreto-lei n.º 5.452,  considerado o mais completo postulado trabalhista pelos melhores juristas mundiais, e versa em seus oito capítulos e 922 artigos, normatizações que especificam direitos e deveres de todos os grupos trabalhistas brasileiros,  abrangendo, dentre várias: identificação profissional, duração da  jornada diária de  trabalho por turno, horas extras remuneradas, salário-mínimo, férias anuais remuneradas, segurança e medicina do trabalho, proteção ao trabalho da mulher e do menor, previdência social, regulamentação de sindicatos das classes trabalhadoras, etc.

Mas hoje, 1º de maio de 2017, esta consolidação de leis, que completa 74 anos de existência, num plantel de 122 anos de lutas trabalhistas,  considerando  seu início, no ano de 1895, está prestes a ser LITERALMENTE REVOGADA,  pela REFORMA TRABALHISTA DE TEMER, que tramita no Congresso Nacional do Brasil, já tendo sido aprovada na Câmara dos Deputados Federais e, se aprovada no Senado Federal,  ZERA todos os direitos adquiridos nesses 122 anos de luta e nos arremete ao sistema de TRABALHO ESCRAVO, que já vigorou no Brasil.