Numa época em que amar era o
sentimento mais difícil de se manifestar e menos nobre que alguém poderia ter,
porque os “grandes” estavam envolvidos em humilhar, escravizar, espancar e
matar, e os “pequenos” estavam acostumados a humilharem-se diante dos “senhores”
que os escravizavam, espancavam e matavam, surge um homem de apenas trinta
anos, muito jovem, em relação aos profetas sesquicentenários das pregações uni
- deístas, que vieram, a quase mil anos antes, de Sua chegada e falaram que o
Filho do Próprio Criador do Universo, viria à Terra, nascendo nas nossas
condições humanas, para nos mostrar que somos iguais a Deus e uns aos outros,
quanto a imagem, e é possível sermos, também, semelhantes a Deus, se O amarmos
acima de tudo e amarmos ao nosso próximo como amamos a nós mesmos, vivendo sem
nos humilhar a ninguém, mas sem arrogância; servindo a todos, mas sem nos
escravizar a ninguém; não temermos a ninguém, mas, também, não batermos em ninguém,
antes, darmos o lado direito da face, quando no lado esquerdo nos baterem e, também, não temermos àqueles que podem matar o corpo,
mas não podem matar a alma. E sim, temermos Àquele que pode matar o corpo e a
alma.
E foi assim, com a autoridade
da construção, porque só o amor constrói, que Jesus nos chegou. Escolheu os
Seus discípulos, futuros pregadores de Suas palavras, e se encaminhou às ruas,
veredas, vilas, povoados e cidades, pregando o amor e chamando de Verdade Suas
pregações, que estabeleciam caminhos a seguirmos e condutas a cumprirmos, os quais,
já remontam mais de dois mil anos de postulados, e continuam intactos em seus
conceitos, porque a Verdade é imorredoura.
A sua vinda agradou a muitos,
mas, também, inquietou a muitos, principalmente os que viviam nos palácios e
nas mansões, vestindo as mais ricas indumentárias, comendo os melhores pratos,
irrigados pelos melhores vinhos, mas aplaudidos apenas por umas cinco dúzias de humilhados e torturados
súditos, que eram obrigados a assim faze-lo para não sofrerem os mais horrendos
espancamentos, enquanto Jesus caminhava pelas ruas, vestindo Sua única túnica,
já bastante rota pelo uso, calçando Suas únicas sandálias de correias amarráveis,
ao estilo judeu, comendo peixe assado e pregando a Verdade aos que O seguiam, O
ouviam e O aplaudiam, que eram, nada
menos, que cinco mil pessoas. Um contingente
oitenta vezes maior do que o contingente dos festins palacianos, que aplaudiam
seus reis obesos, mal humorados e embriagados.
Jesus sabia que pregar a
Verdade Lhe custaria o preço de sofrimento de dor e morte, mas também sabia que
Ele suportaria a dor, com coragem, enquanto homem, e venceria a morte, enquanto
Filho de Deus e voltaria ao Pai que O enviou, mas, deixando aqui a Sua história
de amor: Então, disse Jesus aos
judeus que haviam crido nele: “Se permanecerdes na minha Palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará.” (João, 31,32).