Vimos no texto, JESUS: O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA, compilado
da Bíblia Cristã e postado neste blog, a insistência de Jesus em nos exortar a
vivermos sem preocupações e sem medo, isso porque as preocupações exageradas
geram medo e o medo gera outros medos que se transformam em fobias e pânicos
que, por suas vezes, transformam a vida do cidadão em um verdadeiro inferno na
terra.
O homem não foi criado com medo nem para ter medo, mas o
medo se desenvolveu nele a partir de seus instintos naturais de perseguir seu
sustento e se proteger de outros perseguidores de seus sustentos, quer outros povos ou animais, alem de se proteger dos fenômenos naturais da terra e suas intempéries.
Desse instinto natural de se proteger surgiram a cautela e a
precaução e, de ambas, a prudência, por enquanto, apenas uma atitude
cuidadosa de agir durante a vigência de um perigo, todavia, do excesso de prudência
surgiu a preocupação, ou seja, a inquietação antes do surgimento de um perigo
real, surgindo assim o medo, que é a inquietação de se sentir imaginariamente
impotente ante um imaginário perigo. Surgindo daí as ampliações do medo que são
o temor, o pavor, o terror, o pânico,
etc., e o desconforto de se conviver com esses sentimentos que destorcem a
clareza da visão de seus valores reais que é a interação da criatura com a
criação para que se tenha como retorno os sentimentos nobres de inteligência,
amor, compreensão, etc.
Por isso que Jesus veio nos ensinar a clareza da visão e de
se ter a alma que a veja clara, que é uma alma liberta de todos os medos. Por
isso Ele nos solicita que vivamos sem preocupações exageradas e sem medo. Não
fugindo dos embates da vida, mas enfrentando-os, com disposição e coragem,
aplicando,assim, as soluções cabíveis a
cada caso.
Com a vênia do mestre budista Chögyam Trungpa, transcreveremos
parte de seu texto que nos ensina a viver suave e serenamente após reconhecer e
suplantar todos os temores que nos perseguem:
“Para viver a ausência do medo, é preciso viver o medo. A
essência da covardia é não reconhecer a realidade do medo. O medo pode assumir
muitas formas. De fato, sabemos que não podemos viver para sempre. Sabemos que
vamos morrer, por isso temos medo. Ficamos petrificados com a morte. Em outro
nível, ficamos com medo de não conseguir fazer frente às exigências que o mundo
nos faz. Esse medo se manifesta como um sentimento de inadequação. Sentimos que
a carga da nossa existência é muito pesada e ao nos confrontarmos com o resto
do mundo ela parece mais pesada ainda. Então há um medo inesperado, ou pânico,
que surge quando novas situações acontecem de repente em nossas vidas. Quando
sentimos que não podemos lidar com elas, damos um pulo ou nos contraímos. Às
vezes o medo se manifesta como uma inquietação: rabiscamos numa folha de papel,
brincamos com os dedos, nos mexemos impacientemente na cadeira. Sentimos que
temos que nos movimentar o tempo todo, como os componentes do motor de um
carro. Os pistões sobem e descem, sobem e descem. Enquanto estão se movendo,
nos sentimos seguros, mas por outro lado temos medo de morrer enquanto os
pistões se mexem.
São inúmeras as estratégias que costumamos usar para esquecer o medo. Algumas pessoas tomam tranqüilizantes, outras fazem ioga. Algumas pessoas assistem à televisão, ou lêem uma revista ou vão ao bar e tomam uma cerveja. Do ponto de vista do covarde, o tédio deveria ser evitado, por que quando estamos entediados começamos a ficar ansiosos. Estamos mais perto do medo. A diversão deveria ser estimulada e qualquer pensamento sobre a morte evitado. Então a covardia está tentando viver nossas vidas como se a morte não existisse. Houve períodos na história em que muitas pessoas procuraram a poção da longa vida. Se tal coisa existisse, as pessoas a achariam horrível. Se tivessem que viver neste mundo por milhares de anos sem morrer, provavelmente iriam se suicidar muito antes de completar o seu milésimo aniversário. Mesmo se você pudesse viver para sempre, seria incapaz de evitar a realidade da morte e do sofrimento ao seu redor.
É preciso admitir que o medo existe. Temos de perceber o medo e nos reconciliarmos com ele. Devemos observar como nos movemos, como conversamos, como nos comportamos, como roemos as unhas, como, às vezes, colocamos nossas mãos nos bolsos sem necessidade. Então descobriremos como o medo pode ser manifestado na forma de inquietação. Devemos enfrentar o fato de que o medo ronda nossa vida, sempre, em tudo o que fazemos.
Por outro lado, admitir o medo não é motivo para a depressão ou desencorajamento.
Se temos esse medo, temos também capacidade de sentir a ausência do medo.
A verdadeira ausência do medo não é a supressão do medo, mas sim o ato de ir além dele, superá-lo.
São inúmeras as estratégias que costumamos usar para esquecer o medo. Algumas pessoas tomam tranqüilizantes, outras fazem ioga. Algumas pessoas assistem à televisão, ou lêem uma revista ou vão ao bar e tomam uma cerveja. Do ponto de vista do covarde, o tédio deveria ser evitado, por que quando estamos entediados começamos a ficar ansiosos. Estamos mais perto do medo. A diversão deveria ser estimulada e qualquer pensamento sobre a morte evitado. Então a covardia está tentando viver nossas vidas como se a morte não existisse. Houve períodos na história em que muitas pessoas procuraram a poção da longa vida. Se tal coisa existisse, as pessoas a achariam horrível. Se tivessem que viver neste mundo por milhares de anos sem morrer, provavelmente iriam se suicidar muito antes de completar o seu milésimo aniversário. Mesmo se você pudesse viver para sempre, seria incapaz de evitar a realidade da morte e do sofrimento ao seu redor.
É preciso admitir que o medo existe. Temos de perceber o medo e nos reconciliarmos com ele. Devemos observar como nos movemos, como conversamos, como nos comportamos, como roemos as unhas, como, às vezes, colocamos nossas mãos nos bolsos sem necessidade. Então descobriremos como o medo pode ser manifestado na forma de inquietação. Devemos enfrentar o fato de que o medo ronda nossa vida, sempre, em tudo o que fazemos.
Por outro lado, admitir o medo não é motivo para a depressão ou desencorajamento.
Se temos esse medo, temos também capacidade de sentir a ausência do medo.
A verdadeira ausência do medo não é a supressão do medo, mas sim o ato de ir além dele, superá-lo.
Essa superação começa pelo exame do nosso medo: nossa
ansiedade, nervosismo, preocupação, e inquietação. Se olharmos para nosso medo,
se olharmos por baixo da sua aparência, a primeira coisa que encontramos é
tristeza, mais que o nervosismo. O nervosismo está rodando como uma manivela,
vibrando, o tempo todo.
Quando diminuímos a velocidade, quando relaxamos em relação
ao medo, encontramos a tristeza, que é calma e gentil. A tristeza machuca você
no coração, e o seu corpo produz uma lágrima.
Antes de chorar, há um sentimento em seu peito, e, depois
disso, você produz lágrimas em seus olhos. Você está a ponto de criar a chuva
ou uma cachoeira em seus olhos e você se sente triste e sozinho e, talvez,
romântico ao mesmo tempo.
Este é o primeiro indício da ausência do medo, o primeiro sinal da verdadeira atividade do guerreiro.
Você pode pensar que, quando sentir a ausência do medo, você ouvirá a abertura da Quinta Sinfonia de Beethoven, ou verá uma grande explosão no céu, mas não é assim que acontece. Na tradição de Shambhala, para descobrir a ausência do medo, é preciso trabalhar com a suavidade do coração.
O nascimento do guerreiro é como o nascimento dos primeiros chifres de uma rena. A princípio, os chifres são muito suaves e com uma consistência semelhante a da borracha, e exibem alguns fios de cabelo em sua superfície. Ainda não são propriamente chifres. Então, à medida que a rena cresce, os chifres se fortalecem, se desenvolvem. A ausência do medo, no começo, é como aqueles chifres ainda por se formar. Eles se parecem com chifres, mas você não pode lutar muito bem com eles. Quando os primeiros chifres de uma rena crescem, ela não sabe o que fazer com eles. A rena se sente desajeitada de ter aquelas coisas moles e granulosas na cabeça. Mas então começa a perceber que ela deve ter chifres: aqueles chifres algo natural de uma rena. Da mesma forma, quando um ser humano começa a abrir seu coração para buscar a superação do medo, ele pode se sentir extremamente desajeitado e cheio de dúvidas sobre como se relacionar com esse tipo de ausência do medo. Mas, então, à medida que sente cada vez mais essa tristeza, você percebe que seres humanos precisam ser ternos e francos. Então não precisa mais se sentir tímido ou embaraçado em ser gentil. De fato, sua suavidade começa a se tornar envolvente. Você vai querer se abrir para as pessoas e se comunicar com elas.
Quando a ternura evolui nessa direção, você finalmente tem condições de apreciar o mundo ao seu redor. A sua percepção das coisas se torna algo muito interessante.
Você já está tão terno e receptivo que não pode deixar de se abrir ao que acontece ao seu redor. Quando você vê o vermelho, o verde, o amarelo ou o preto, você reage a essas cores do fundo do seu coração. Quando vê alguém chorando ou rindo, ou assustado, você também responde da mesma forma. Nesse ponto, seu nível inicial de ausência do medo está se desenvolvendo. Quando você começa a sentir-se confortável sendo uma pessoa gentil e decente, seus chifres de rena começam a se tornar chifres verdadeiros.
As situações se tornam muito reais, bem reais, e por outro lado, bem comuns. O medo se transforma em ausência de medo de uma forma natural, muito simples, e bem direta”.
Vemos neste belíssimo texto budista que viver a ausência do medo não é se revestir de coragem para enfrentar o adversário a ferro e a fogo. Não. Isso não seria a ausência do medo e sim, outra forma de medo. A ausência do medo é você superar os seus medos, passar por cima deles, tranquilamente, através de uma força indômita decidida por você mesmo de assim faze-lo e, a partir dai, sentir que as coisas que esperam de você uma ação estão a seu serviço e não você a serviço delas e que você interage com o sistema como um membro pertencente ao sistema e não por ele pertencido.
Este é o primeiro indício da ausência do medo, o primeiro sinal da verdadeira atividade do guerreiro.
Você pode pensar que, quando sentir a ausência do medo, você ouvirá a abertura da Quinta Sinfonia de Beethoven, ou verá uma grande explosão no céu, mas não é assim que acontece. Na tradição de Shambhala, para descobrir a ausência do medo, é preciso trabalhar com a suavidade do coração.
O nascimento do guerreiro é como o nascimento dos primeiros chifres de uma rena. A princípio, os chifres são muito suaves e com uma consistência semelhante a da borracha, e exibem alguns fios de cabelo em sua superfície. Ainda não são propriamente chifres. Então, à medida que a rena cresce, os chifres se fortalecem, se desenvolvem. A ausência do medo, no começo, é como aqueles chifres ainda por se formar. Eles se parecem com chifres, mas você não pode lutar muito bem com eles. Quando os primeiros chifres de uma rena crescem, ela não sabe o que fazer com eles. A rena se sente desajeitada de ter aquelas coisas moles e granulosas na cabeça. Mas então começa a perceber que ela deve ter chifres: aqueles chifres algo natural de uma rena. Da mesma forma, quando um ser humano começa a abrir seu coração para buscar a superação do medo, ele pode se sentir extremamente desajeitado e cheio de dúvidas sobre como se relacionar com esse tipo de ausência do medo. Mas, então, à medida que sente cada vez mais essa tristeza, você percebe que seres humanos precisam ser ternos e francos. Então não precisa mais se sentir tímido ou embaraçado em ser gentil. De fato, sua suavidade começa a se tornar envolvente. Você vai querer se abrir para as pessoas e se comunicar com elas.
Quando a ternura evolui nessa direção, você finalmente tem condições de apreciar o mundo ao seu redor. A sua percepção das coisas se torna algo muito interessante.
Você já está tão terno e receptivo que não pode deixar de se abrir ao que acontece ao seu redor. Quando você vê o vermelho, o verde, o amarelo ou o preto, você reage a essas cores do fundo do seu coração. Quando vê alguém chorando ou rindo, ou assustado, você também responde da mesma forma. Nesse ponto, seu nível inicial de ausência do medo está se desenvolvendo. Quando você começa a sentir-se confortável sendo uma pessoa gentil e decente, seus chifres de rena começam a se tornar chifres verdadeiros.
As situações se tornam muito reais, bem reais, e por outro lado, bem comuns. O medo se transforma em ausência de medo de uma forma natural, muito simples, e bem direta”.
Vemos neste belíssimo texto budista que viver a ausência do medo não é se revestir de coragem para enfrentar o adversário a ferro e a fogo. Não. Isso não seria a ausência do medo e sim, outra forma de medo. A ausência do medo é você superar os seus medos, passar por cima deles, tranquilamente, através de uma força indômita decidida por você mesmo de assim faze-lo e, a partir dai, sentir que as coisas que esperam de você uma ação estão a seu serviço e não você a serviço delas e que você interage com o sistema como um membro pertencente ao sistema e não por ele pertencido.
Portanto, faça como Jesus, o Divino Mestre, nos ensinou, viva
sem preocupações e sem temores e tenha paz. Não a falsa paz que o mundo oferece
através de sexo, bebidas, drogas e outras
substancias lícitas e ilícitas que levam a morte, mas a paz de Cristo: : “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não
vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
(João 14:27)