O PROJETO DE DEUS.
O PROJETO de Deus aqui no planeta Terra é formar anjos a
partir dos homens aqui nascidos e que portam dentro de si as índoles do bem e do
mau e o livre arbítrio, (resolução que depende só da vontade), de decidir com qual desses sentimentos ele
pretende mobilizar sua conduta aqui na Terra. Se, por sua vontade e livre
resolução, ele pretender que o bem floresça em seu âmago e em seus atos, ao ponto
de arrefecer e extinguir o mau de dentro de si, ele estará com Deus e Deus
estará com ele. Se ele trilhar pelo lado do mau, pretendendo livremente que
seus atos sejam do mau, ele não estará do lado de Deus, mas Deus ainda lhe dará
oportunidades para ele se arrepender, por sua livre vontade, e vir para o lado do bem.
Esse projeto de formação de anjos de Deus a partir dos seres
humanos aqui nascidos foi implantado por Deus após uma rebelião ocorrida nos
Céus, liderada pelo anjo da mais alta confiança de Deus, que permitiu que o mau
se desenvolvesse dentro de si, na forma mais terrível e destruidora que é a
inveja.
Por inveja, esse anjo criador do mau ambicionou tomar para
si o trono de Deus e, para tanto, convenceu dois terços de toda legião dos anjos de Deus
para apoiarem seu intento e consigo conspirarem para tomar o trono de Deus. Só
que eles não sabiam que os poderes de Deus são ilimitados e não importa o
número de seus oponentes. Ele vence sempre a tudo e a todos.
Assim sendo, Deus os expulsou dos Céus e eles passaram a
viver errantes entre os planetas e astros de todas as galáxias de Deus, mas sem
autorização de entrar em quaisquer dos planetas, exceto no planeta Terra de uma
galáxia a ser criada, mas sem poder de nada criar, exceto fantasias enganosas para atrair adeptos ao seu
mundo irreal, infrutífero e infeliz.
Mas Deus jamais iria deixar de criar Seus anjos. Mas só que
Ele quer anjos verdadeiramente seus. Que O amem verdadeiramente, por suas livres
vontades. Por isso Ele criou essa galáxia, com seu sistema solar, e nela um
planeta relativamente pequeno, o terceiro do sistema solar, pela ordem de
afastamento do Sol, com um diâmetro equatorial de 12.756,8km e um diâmetro
polar de 12.713,8km, e cujo movimento de rotação se efetua em 23 horas, 56
minutos e 4 segundos, equivalentes a um dia, enquanto o movimento de translação em torno do Sol se realiza
em 365,3 dias, equivalentes a um ano, e a esse planeta Deus chamou de Terra e o povoou criando uma vasta diversidade de espécies de
vidas e dentre essas espécies, uma espécie diferente, portadora de
potencialidades destacadas das demais espécies e chamou essa espécie de seres
humanos, que nada mais são do que anteprojeto de anjos, capazes de se tornarem,
pelas suas próprias vontades, anjos bons ou maus, porque trazem
dentro de si o bem de Deus e o mau que foi criado pelo anjo rebelde.
Após a rebelião celestial dois lados passaram a existir. O lado do bem e o
lado do mau, e sempre, e em todas as coisas do projeto Terra, haverá os dois
lados e um, quase sempre, será o bom e o outro, quase sempre, será o ruim. Por exemplo,
o quente e o frio, o amor e o ódio, em cima e embaixo, dentro e fora, alegre e
triste, feliz e infeliz, etc. Mas o lado bom é o lado de Deus, e será o lado
que triunfará porque o homem despertarão em si, mais dias ou menos dias, a
consciência dessa essência especializada com que foi criado, tanto
quanto ao potencial de SER HUMANO, que por si só já o coloca acima das demais
criaturas, como quanto a condição de ter uma alma, que lhe permite ter emoções superiores
as instintivas e inteligência própria e individualizada, que lhe capacita de
raciocínio, discernimento e interação com a obra de Deus e a capacidade de decidir, pelo seu livre arbítrio, se quer ficar do lado do mau ou do
lado do bem, que é o lado de Deus, o lado do AMOR.Mas, para que o homem entendesse o projeto de DEUS no início de sua implantação, Ele nos enviou anjos aqui nascidos para conviverem conosco, implantarem os mandamentos de Deus e o Seu primeiro TESTAMENTO. Por fim, após vindos os primeiros missionários, Deus nos enviou o Seu Próprio Filho, JESUS CRISTO, para conviver conosco, vivenciar, in loco, nossos sofrimentos e tentações e nos trazer o NOVO TESTAMENTO de Deus para que toda humanidade tenha a oportunidade de chegar a Deus.
Para que esses anjos pudessem nascer na Terra, na condição humana, Deus elegeu algumas mulheres para serem suas mães carnais e seus maridos, pais adotivos, porque, seus nascimentos foram realizados por obra do Espírito Santo e não por conjunção carnal de homem e mulher, mas os pais eram necessários para educa-los, juntamente com suas mães, dentro das leis morais e dos costumes de seu povo.
As gestações dessas mulheres ocorreram de modo diferenciado das gestações normais, tanto no que tange as condições de cópula dessas mulheres, como no que tange a seus estados de procriação. Quanto a cópula, Deus escolhia as mulheres que não mais as tinha, por estarem na menopausa, ou nunca tiveram, por serem virgens, (apenas no caso de Maria), e quando ao estado de procriação, Deus escolhia as estéreis, para caracterizar que a gestação não era por conjunção carnal com seus maridos.
Vejamos, a seguir, quais foram essas mulheres e quais os missionários e Filho de Deus que elas gestaram:
AS MULHERES ELEITAS POR DEUS
SARA - MÃE DE ISAAC:
A primeira mulher escolhida por Deus para dar vida humana a um anjo na Terra foi Sara, desposada com Abraão, um homem também escolhido por Deus, mas da Terra, para ser o pai adotivo do filho que seria gestado por Sara, por obra do Senhor.
Sara era uma mulher simples, pura, corajosa e de beleza rara, desposada com Abraão desde sua juventude, mas não havia lhe dado filhos durante sua juventude por ser estéril e estando na menopausa, por já estar com 91 anos, Deus fez com que seu ventre, nessa idade, gerasse um filho à Abrão e lhe nasceu Isaac, para dar início a promessa de Deus de fazer de Abraão o pai de uma grande nação.
Vejamos os trechos bíblicos dessa anunciação e concretização dos fatos:
“(Gênesis 18:1) - DEPOIS apareceu-lhe o SENHOR nos
carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia”.
“(Gênesis 18:2) - E levantou os seus olhos, e olhou, e eis
três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu
encontro e inclinou-se à terra”,
“(Gênesis 18:9) - E disseram-lhe: Onde está Sara, tua
mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda”.
“(Gênesis 18:10) - E disse: Certamente tornarei a ti por
este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à
porta da tenda, que estava atrás dele”.
“(Gênesis 18:11) - E eram Abraão e Sara já velhos, e
adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres”.
“(Gênesis 21:1) - E O SENHOR visitou a Sara, como tinha
dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha prometido”.
“(Gênesis 21:2) - E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho
na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha falado”.
REBECA – MÃE DE JACÓ
E DE ESAÚ:
Sara, aos 127 anos, faleceu. “(Gênesis 23:19) – E depois
sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de
Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã”. E não querendo Abraão que seu filho Isaac,
(que já estava com 38 anos de idade), se
casasse com uma mulher Cananéia, enviou seu servo, Eliézer, administrador de sua casa, a Padã-Arã, na
Mesopotamia de Ur, sua terra natal, para escolher, dentre sua parentela, uma
esposa para Isaac.
Eliézer, guiado por Deus, escolheu Rebeca, sobrinha neta de
Abraão, filha de seu sobrinho Betuel, filho
de Naor, seu irmão.
“(Gênesis 25:20) - E era Isaac da idade de quarenta anos,
quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de
Labão, arameu”.
Passaram-se alguns anos e Rebeca não dera filhos a Isaac. “(Gênesis
25:21) - E Isaac orou insistentemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era
estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu”.
Essa gestação de Rebeca era de gêmeos, (Jacó e Esaú), sendo
o primeiro caso em que missionários de Deus tem irmão na Terra, mas, nesse
caso, alem de gêmeos, ambos eram
missionários do Senhor, embora com missões diferentes e opostas do ponto de
vista ideológico, pois eles iriam trilhar por caminhos diferentes e não
pacíficos. “(Gênesis 25:22) - E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se
assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao SENHOR”. “(Gênesis 25:23) - E
o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das
tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá
ao menor”.
RAQUEL – MÃE DE JOSÉ E
DE BENJAMIM:
Isaac, com uma idade já bem avançada, chamou seu filho Jacó
e ordenou-lhe que fosse à sua terra escolher sua esposa dentre as filhas de Labão, irmão
de Rebeca, esposa de Isaac: “(Gênesis 28:1 ao 4)) - E ISAAC chamou a
Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as
filhas de Canaã; Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe,
e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe; E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça
frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; E te dê a
bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança
possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão”.
Jacó, obedecendo as determinações de seu pai, seguiu para
Padã-Arã e conheceu as duas filhas de seu tio Labão, Lia, a mais velha, (que
tinha os olhos embaciados) e Raquel, a mais nova e muito bela, por quem se
apaixonou.
Jacó pediu Raquel em casamento mas Labão disse que ele teria
que trabalhar sete anos nas terras de Labão para poder casar com Raquel, e
assim Jacó o fez: ‘(Gênesis 29:20) -
Assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias,
pelo muito que a amava”. Ao término de sete anos Jacó comunicou a Labão e pediu
que Labão lhe entregasse Raquel. “(Gênesis 29: 22 a 30) - Então
reuniu Labão a todos os homens daquele lugar, e fez um banquete. E aconteceu, à
tarde, que tomou Lia, sua filha, e trouxe-a a Jacó que a possuiu. E aconteceu
que pela manhã, viu que era Lia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste
isso? Não te tenho servido por Raquel? Por que então me enganaste? E disse
Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da
primogênita.Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo
serviço que ainda outros sete anos comigo servires. E Jacó fez assim, e cumpriu a semana de Lia;
então lhe deu por mulher Raquel sua filha. E possuiu também a Raquel, e amou
também a Raquel mais do que a Lia e serviu com ele ainda outros sete anos.
Lia dava filhos a Jacó e Raquel não, porque era estéril e
isso a deixava profundamente contristada e chorosa. E
lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. E ela concebeu,
e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. E chamou-lhe
José, dizendo: O SENHOR me acrescente outro filho”. E Raquel teve outro filho a
quem deu o nome de Benone, mas tendo falecido do parto, Jacó deu ao menino o
nome de Benjamim".
Esse foi o segundo e último caso em que uma só mãe tem dois filhos missionários.
Esse foi o segundo e último caso em que uma só mãe tem dois filhos missionários.
ANA – MÃE DE SAMUEL:
“(I Samuel 1:1,2) - HOUVE um homem de Ramataim-Zofim, da
montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho
de Toú, filho de Zufe, efrateu. E este tinha duas mulheres: o nome de uma era
Ana, e o da outra Penina. E Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha”.
“(I Samuel 1:6) - E a sua rival excessivamente a provocava,
para a irritar; porque o SENHOR lhe tinha cerrado a madre”.
“(I Samuel 1:9,10,11) - Então Ana se levantou, depois que
comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira,
junto a um pilar do templo do SENHOR. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao
SENHOR, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos!
Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e
da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR
o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.
“(I Samuel 1:17) - Então respondeu Eli: Vai em paz; e o Deus
de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”.
“(I Samuel 1:19,20) - E levantaram-se de madrugada, e
adoraram perante o SENHOR, e voltaram, e chegaram à sua casa, em Ramá, e Elcana
conheceu a Ana sua mulher, e o SENHOR se lembrou dela. E sucedeu que, passado
algum tempo, Ana concebeu, e deu à luz um filho, ao qual chamou Samuel; porque,
dizia ela, o tenho pedido ao SENHOR”.
ANA – MÃE DE MARIA:
Não há relato sobre a história de Ana dentre os livros
canônicos da bíblia, mas há no evangelho apócrifo de Tiago um relato bastante
interessante quanto a história de Ana e de Maria, razão pela qual
transcreveremos na íntegra esse evangelho, dividindo-o do primeiro ao quinto
capítulo para o relato da gestação de Ana, mãe de Maria e os demais capítulos
para a gestação de Maria, mãe de Jesus.
I
1. Conforme as memórias das Doze Tribos de
Israel, existia um homem riquíssimo chamado Joaquim. Suas oferendas eram sempre
em dobro e dizia: "A sobra ofereço para todo o povoado e o que devo
ofereço ao Senhor, para expiar os meus pecados e conquistar-Lhe as boas
graças".
2. Quando chegou a grande festa do Senhor,
onde os filhos de Israel oferecem seus donativos, Rubem pôs-se diante de
Joaquim e disse-lhe: "Como não geraste um rebento em Israel, não te é
lícito oferecer donativos".
3. Então Joaquim mortificou-se e foi até
os arquivos de Israel para consultar o censo genealógico para confirmar que
teria sido o único no povoado que não tivera descendentes. Examinando os
pergaminhos, certificou-se que todos os justos tiveram descendentes.
Lembrou-se, então, que o Senhor dera ao patriarca Abraão, em seus últimos anos
de vida, um filho: Isaac.
4. Joaquim ficou muito triste e não voltou
para sua mulher, retirando-se para o deserto. Lá armou sua tenda e jejuou por
40 dias e 40 noites. Disse a si próprio: "Daqui não sairei, nem para comer
ou beber, até que o Senhor meu Deus me visite. Sirvam as minhas orações por
comida e bebida".
II
1. Ana, sua mulher, chorava e lamentava em
dor: "Ficarei chorando a minha viuvez e a minha esterilidade".
2. Quando afinal chegou a grande festa do
Senhor, Judite, sua criada, disse-lhe: "Até quando humilharás a alma? Eis
que chegou a grande festa e não podes entristecer-te. Pega este véu com selo
real que a dona da tecelagem me deu pois não posso usá-lo já que sou simples
serva."
3. Disse-lhe Ana: "Afasta-te de mim
pois nada fiz. O Senhor me humilhou o suficiente para que eu possa usá-lo.
Acaso algum ímpio to deu para me fazerdes cúmplice do pecado?". Respondeu
Judite: "Por que iria eu maldizer-te se o próprio Senhor já te amaldiçoou
a não deixardes descendente em Israel?"
4. Mesmo estando profundamente triste, Ana
retirou seus trajes de luto, pôs o véu e os trajes de bodas. À hora nona,
desceu ao jardim e foi passear. Então, assentou-se sob a sombra de um loureiro
e orou ao Senhor: "Ó Deus dos nossos pais: ouvi-me e bendizei-me como
fizeste com o ventre de Sara, que concebeu a Isaac".
III
1. E olhando para o céu, observou um ninho
de passarinhos existente no loureiro. Voltou então a lamentar-se, dizendo:
"Ai de mim! Por que nasci? Em que hora fui concebida? Vim ao mundo para
ser terra maldita entre os filhos de Israel, pois me injuriam e me expulsam do
Templo do Senhor.
2. Ai de mim! A que posso comparar-me?
Certamente não posso me comparar às aves do céu porque elas fecundam na tua
presença, ó Senhor. Ai de mim! A que posso comparar-me? Não posso comparar-me
às feras da terra porque esses animais irracionais reproduzem-se diante dos
teus olhos, ó Senhor.
3. Ai de mim! A que posso comparar-me?
Certamente não posso me comparar sequer a estas águas porque também elas são
férteis perante ti, Senhor. Ai de mim! A que posso comparar-me? Não posso ao
menos comparar-me à terra porque ela é fecunda e produz frutos a seu tempo,
bendizendo-te, ó Senhor."
IV
1. Eis que apareceu-lhe um anjo do Senhor
e disse-lhe: "Ana, Ana! O Senhor ouviu as tuas preces. Eis que conceberás
e darás à luz. Da tua família se falará por todo o mundo". Ana respondeu:
"Glória ao Senhor, meu Deus! Se for-me dado menino ou menina, fruto de Sua
bênção, ofertá-lo-ei ao Senhor e a Seu serviço estará por todos os dias de sua
vida".
2. Então chegaram dois mensageiros com o
seguinte recado para ela: "Joaquim, teu marido, voltou com todo o rebanho,
pois um anjo veio até ele e disse-lhe: 'Joaquim, Joaquim! O Senhor ouviu as
tuas preces. Ana, tua mulher, conceberá em seu ventre'".
3. Saindo Joaquim, ordenou que seus
pastores trouxessem-lhe dez ovelhas imaculadas. Disse então: "Estas são
para o Senhor". [Mandou trazer-lhe também] doze novilhas de leite. E
disse: "Estas são para os sacerdotes e o Sinédrio". E mandou
distribuir cem cabritos para todo o povoado.
4. Chegando Joaquim com seus rebanhos,
Ana, que estava à porta, o viu; correu e atirou-se em seu pescoço, dizendo-lhe:
"Agora percebo que o Senhor me bendisse abundantemente. Eu era viúva e
deixei-se de sê-lo. Era estéril e agora conceberei em meu ventre". Nesse
primeiro dia, Joaquim repousou em sua casa.
V
1. Ao ir, no dia seguinte, oferecer seus
bens ao Senhor, disse para consigo mesmo: "Se vir o éfode do sacerdote,
saberei que Deus me será favorável". Ao oferecer o sacrifício, notou o
éfode do sacerdote, quando este estava próximo ao altar de Deus. Não
encontrando qualquer pecado em sua consciência, disse: "Agora vi que o
Senhor me perdoou todos os pecados". Joaquim desceu justificado do Templo
e voltou para casa.
2. Cumprindo-se o tempo para Ana, deu a luz
no nono mês. E perguntou à parteira:
"A quem dei a luz?" Respondeu a parteira: "A uma menina".
Exclamou Ana: "Eis que minha alma foi exaltada!". E colocou a menina
no berço. Quando cumpriu-se o tempo definido pela Lei, Ana purificou-se e deu
de mamar à menina. E pôs-lhe o nome de Maria.
ISABEL – MÃE DE JOÃO
BATISTA:
De acordo com o texto do Evangelho, " (Lucas 1:5 a 7) - Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade".
O anjo Gabriel aparece a Zacarias na hora da oferta do incenso no templo: "(Lucas 1:9) - Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso".
O anjo Gabriel aparece a Zacarias na hora da oferta do incenso no templo: "(Lucas 1:9) - Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso".
"(Lucas 1:11) - E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso".
"(Lucas 1:13) - Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João".
"(Lucas 1:17) - E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto".
"(Lucas 1:18 a 20) - Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir".
Quando a criança nasceu e foi circuncidada ao oitavo dia, segundo
a tradição judaica, as pessoas desejavam que o menino recebesse o nome do pai.
Isabel responde que o nome do filho será João, e Zacarias confirma: "(Lucas 1:63 e 64) - E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus".
MARIA – MÃE DE JESUS:
“(Lucas 1:26 a 57) - E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel
enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem
desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem
era Maria.. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o
Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se
muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe,
então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que
em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o
trono de Davi, seu pai; E reinará
eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo:
Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo,
disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será
chamado Filho de Deus. E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em
sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; Porque
para Deus nada é impossível. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. E, naqueles
dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, E
entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel
a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do
Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as
mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que
venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos
a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do
Senhor lhe foram ditas. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu
Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora
todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o
Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração
Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos
no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os
humildes. Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos. Auxiliou a
Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia; Como falou a nossos pais,
Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre. E Maria ficou com ela quase
três meses, e depois voltou para sua casa. E completou-se para Isabel o tempo
de dar à luz, e teve um filho”.
O Evangelho canônico de São Lucas apresenta esse belo relato
da anunciação a Maria da obra do Espírito Santo em seu ventre, mas não relata outros
detalhes alem dessa anunciação, portanto, ficamos com algumas dúvidas quanto a
fatos que envolvem sua vida como irmãos de Jesus que são relatados nos
evangelhos, a presença de José durante as pregações de Jesus e outros detalhes
de sua vida antes e depois da anunciação ao cumprimento da mais árdua e mais alta missão já incumbida por Deus a um ser humano na Terra,
mas o evangelho apócrifo de Tiago nos descreve alguns detalhes, que julgamos interessante
concluir a sua transcrição nesta parte em que falamos da concepção do Filho de Deus em Maria:
VI
1. A menina se fortalecia a cada dia que
passava. Quando atingiu os seis meses, sua mãe a colocou no chão para ver se
conseguia ficar de pé. Ela andou sete passos e voltou para o colo de sua mãe.
Pegando-a, disse [Ana]: "Glória ao Senhor! Não andarás mais nesse chão até
que eu te apresente ao Templo do Senhor". Fazendo um oratório em casa, não
permitia que nada de vulgar ou impuro se lhe tocassem nas mãos [de Maria].
Convocou também algumas meninas hebréias, todas virgens, para brincarem com
ela.
2. Completando a menina seu primeiro ano,
ofereceu Joaquim um grandioso banquete. Convidou os sacerdotes, os escribas, o
Sinédrio e todo o povo de Israel. Apresentando a menina, os sacerdotes a
abençoaram com estas palavras: "Ó Deus de nossos pais: bendiz esta menina
e que seu nome seja glorioso e eterno por todas as gerações". O povo todo
respondeu: "Amém, amém, amém". Joaquim também apresentou a menina aos
príncipes e [sumos] sacerdotes que a abençoaram assim: "Ó Deus altíssimo:
volta teus olhos para esta menina e conceda-lhe uma bênção perfeita, não
sendo-lhe necessária qualquer outra [bênção] no futuro".
3. Sua mãe levou-a para o oratório e
deu-lhe de mamar. Entoou então um hino ao Senhor Deus: "Farei
um cântico ao Senhor, meu Deus, porque me visitou / Afastou de mim as injúrias
dos inimigos e me deu um fruto santo que é único e múltiplo a Seus olhos / Quem
levará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana amamentou? / Ouvi! Ouvi, ó Doze
Tribos de Israel! Ana está amamentando!" E deixando a menina repousar na câmara
existente no oratório, saiu e passou a servir os convidados; terminada a ceia,
[os convidados] saíram alegres e louvando ao Deus de Israel.
VII
1. Os meses foram passando para a menina e
quando ela completou dois anos, Joaquim disse a Ana: "Vamos levá-la ao
Templo do Senhor para cumprirmos a promessa que fizemos, para que o Senhor não
reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos". Ana
respondeu: "Vamos esperar que ela complete três anos, para que não venha
sentir saudade de nós". E Joaquim respondeu: "Vamos aguardar".
2. Quando completou três anos, Joaquim
disse: "Chame as meninas hebréias, virgens, e que, duas a duas, tomem uma
lâmpada acesa para que a menina [Maria] não olhe para trás e seu coração se
prenda por algo fora do Templo de Deus". E assim foi feito e subiram ao
Templo do Senhor. Então o sacerdote a recebeu, a beijou e abençoou-a. E disse
[à Maria]: "O Senhor engrandeceu o teu nome diante de todas as gerações.
No final dos tempos, manifestará em ti Sua redenção aos filhos de Israel".
3. Então fez [Maria] sentar-se no terceiro
degrau do altar e o Senhor derramou Sua graça sobre ela. Ela dançou e cativou
toda a casa de Israel.
VIII
1. Então seus pais foram embora cheios de
admiração e louvaram ao Senhor porque a menina não olhou para trás. E Maria
passou a ficar no Templo como uma pequena pomba, recebendo seu sustento das
mãos de um anjo.
2. Entretanto, quando completou doze anos,
os sacerdotes se reuniram e disseram: "Maria atingiu os doze anos no
Templo. O que devemos fazer para que ela não macule o Santuário?" Então
disseram ao sumo sacerdote: "O altar está a tua disposição. Entra e ora
por ela, pois o que o Senhor te revelar,
isso será o que deveremos fazer".
3. O sumo sacerdote colocou então o manto
com as doze sinetas, adentrou ao santo dos santos e orou por ela. Mas eis que
um anjo do Senhor lhe apareceu e disse: "Zacarias, Zacarias! Sai e chama
todos os viúvos do povoado; que cada um traga um bastão e a quem o Senhor
mostrar um sinal, este será o seu esposo". Então os mensageiros
percorreram toda a Judéia e se apresentaram ao soar da trombeta.
IX
1. José separou seu bastão e se reuniu aos
demais [viúvos]. Então cada um pegou seu bastão e foram procurar o sumo
sacerdote. Este pegou todos os bastões e, adentrando ao Templo, pôs-se a orar.
Ao concluir as orações, pegou os bastões e devolveu-os aos seus respectivos
donos, mas em nenhum deles manifestou sinal algum. Contudo, quando José pegou o
último bastão, uma pomba saiu dele e pôs-se a sobrevoar-lhe a cabeça. Então o
sacerdote disse: "A ti caberá receber sob teu teto a Virgem do
Senhor".
2. Mas José respondeu: "Tenho filhos
e já estou avançado na idade; ela, porém, ainda é uma menina. Não quero ser
zombado pelos filhos de Israel". Então argumentou o sacerdote: "Tema
ao Senhor, teu Deus, e recorde do que Ele fez com Datã, Abiron e Coret: a terra
se abriu e eles foram enterrados em virtude de sua rebelião. Tema também tu
agora, José, para que o mesmo não aconteça à tua casa".
3. Então ele, cheio de temor, recebeu
[Maria] sob seu teto. Depois disse-lhe: "Tomei-te do Templo e deixo-te
agora na minha casa, mas prosseguirei as minhas obras. Voltarei em breve, mas o
Senhor te protegerá".
X
1. Os sacerdotes se reuniram e decidiram
fazer um véu para o Templo do Senhor. O sacerdote disse: "Chama as moças
imaculadas da Tribo de Davi". Os ministros saíram e após procurarem, encontraram
sete virgens. Então o sacerdote recordou-se de Maria e os mensageiros a
buscaram.
2. Depois que foram levadas para dentro do
Templo, disse o sacerdote: "Vejamos quem bordará o ouro e o amianto, o
linho e a seda, o zircão, e o escarlate e a púrpura real". O escarlate e a
púrpura real couberam a Maria; esta as tomou e levou para sua casa. Nessa
época, Zacarias ficou mudo e foi substituído por Samuel até que recuperasse a
voz. Maria tomou o escarlate em mãos e pôs-se a tecê-lo.
XI
1. Um dia, Maria tomou um cântaro para
enchê-lo de água. Mas ouviu uma voz que lhe dizia: "Salve, cheia de graça!
O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres". Então ela olhou ao
seu redor, à direita e à esquerda, para ver de onde provinha aquela voz. Amedrontada,
fugiu para sua casa e abandonou ali mesmo a ânfora. Pegou a púrpura, sentou-se
e voltou a tecê-la.
2. Porém, um anjo de Senhor apareceu à sua
frente e disse: "Não temas, ó Maria! Alcançaste graça diante do Senhor
Todo-Poderoso e conceberás por Sua graça". Ela, ao ouvi-lo, ficou admirada
e disse consigo mesma: "Conceberei por graça do Deus vivo e darei à luz
como as demais mulheres?"
3. Respondeu-lhe o anjo: "Não, Maria,
pois a graça do Senhor te cobrirá com Sua sombra e o santo fruto que nascerá de
ti será chamado Filho do Altíssimo. Deverás chamá-lo 'Jesus' porque Ele salvará
seu povo das iniqüidades." Então Maria disse: "Eis aqui a serva do
Senhor! Faça-se em mim conforme a sua palavra".
XII
1. Terminado o trabalho com a púrpura e o
escarlate, [Maria] levou-o ao sacerdote, que a abençoou assim: "Maria: o
Senhor enalteceu o teu nome! Serás bendita entre todas as gerações da
terra".
2. Radiante de alegria, Maria se dirigiu à
casa de sua parente, chamada Isabel, e chamou-a da porta. Ao escutá-la, Isabel
deixou o escarlate e correu para a porta. Abrindo [a porta] e vendo Maria,
louvou-a dizendo: "Quem sou para que a mãe do meu Senhor venha até minha
casa? O fruto do meu ventre pôs-se a pular dentro de mim para
bendizer-te". Como Maria se esquecera das palavras do anjo Gabriel, elevou
os olhos ao céu e disse: "Quem sou eu, Senhor, para que todas as gerações
me bendigam?"
3. E ficou durante três meses na casa de
Isabel. Como dia após dia seu ventre crescia, ficou preocupada e pôs-se à
caminho de casa. Ficava escondida dos filhos de Israel e possuía dezesseis anos
quando estas coisas aconteceram.
XIII
1. Quando Maria atingiu o sexto mês de
gravidez, José retornou de suas obras e, ao chegar em casa, percebeu que ela
estava grávida. Então bateu em seu próprio rosto e atirou-se no chão, sobre uma
manta, chorando amargamente: "Como me apresentarei ao Senhor? Como orarei
por esta menina que recebi virgem do Templo do Senhor e que não soube vigiar?
Acaso o que ocorreu com Adão ocorreu também comigo? Pois enquanto Adão orava
veio a serpente e, vendo Eva sozinha, a enganou... Teria o mesmo ocorrido
comigo?"
2. Então José se levantou e chamou Maria.
Disse-lhe: "O que fizeste, tu que eras a predileta de Deus? Como tiveste
coragem de fazer isso? Esqueceste do teu Deus? Como manchaste a tua alma, tu
que foste criada no santo dos santos, recebendo o sustento das mãos do
anjo?"
3. Ela chorou amargamente e disse:
"Permaneço pura pois não conheço varão". Respondeu José: "Então
de onde vem o que carregas em teu seio?". Respondeu Maria: "Juro pelo
Senhor, meu Deus, que não sei como isto se sucedeu".
XIV
1. Então José ficou muito preocupado e
deixou Maria, pensando o que deveria fazer com ela. Disse para si mesmo:
"Se omito o seu erro, estarei contra a Lei do Senhor... Se a denuncio ao
povo de Israel e o que lhe aconteceu foi devido à intervenção de anjos, estarei
condenando uma inocente à morte. O que farei? Irei mandá-la embora às
escondidas..." E logo veio a noite.
2. Mas um anjo do Senhor apareceu-lhe em
sonho e disse-lhe: "Não se preocupe com esta menina. O que ela traz em seu
ventre é devido ao Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e colocar-lhe-ás o
nome de 'Jesus', porque Ele salvará seu povo do pecado". Levantando-se,
José glorificou ao Deus de Israel por conceder tamanha graça e continuou com
Maria.
XV
1. Entretanto, Anás, o escriba, veio até
sua casa e lhe disse: "Por que deixaste de comparecer à reunião?"
Respondeu José: "Estava exausto da viagem e resolvi descansar o primeiro
dia". Virando-se, Anás percebeu a gravidez de Maria.
2. Então correu até o sacerdote e
disse-lhe: "José cometeu falta grave e tu respondes por ele".
Perguntou o sumo sacerdote: "O que estás dizendo?". Respondeu Anás:
"Ele violou a virgem que recebeu do Templo de Deus e fraudou seu casamento,
não declarando-o ao povo de Israel". Disse o sacerdote: "Estás certo
de que realmente José fez isso?" Respondeu Anás: "Manda a comissão e
confirmará a gravidez da menina". Então os enviados saíram e encontraram
[Maria] tal como Anás dissera. E a levaram ao Tribunal, juntamente com José.
3. O sacerdote tomou a palavra e disse:
"Por que fizeste isso, Maria? Por que manchaste tua alma, esquecendo do
Senhor, teu Deus? Tu, que foste criada no santo dos santos e recebias o
sustento das mãos do anjo, que ouviste os hinos e dançaste diante de Deus: por
que fizeste isso?" Ela passou a chorar amargamente e disse: "Juro
pelo Senhor, meu Deus, que permaneço pura diante Dele! Não conheci varão
algum!"
4. Então o sacerdote disse a José:
"Por que fizeste isso?" Respondeu José: "Juro pelo Senhor, meu
Deus, que permaneço puro perante ela". Esbravejou o sacerdote: "Não
jures em falso! Fala a verdade: fraudaste o teu matrimônio, não declarando-o ao
povo de Israel; e não inclinaste tua cabeça sob o braço forte de Deus, que
bendisse a tua descendência". E José se calou.
XVI
1. O sacerdote disse [a José]:
"Devolve a virgem que recebeste do Templo de Deus". Os olhos de José
encheram-se de lágrimas. O sacerdote disse ainda: "Bebereis da água da
prova do Senhor e esta te mostrará aos olhos os teus pecados".
2. E fez José beber a água e o enviou para
a montanha. Porém, retornou são e salvo. Fez o mesmo com Maria, enviando-a
também para a montanha. Também ela retornou sã e salva. Então a cidade toda se
admirou, por não encontrar pecado neles.
3. Disse o sacerdote: "Visto que o
Senhor não indicou o vosso pecado, também eu não vos condenarei". A
seguir, os liberou. José tomou Maria e a levou de volta para sua casa, alegre e
louvando a Deus de Israel.
XVII
1. Chegou, então, uma ordem do imperador
Augusto, obrigando que todos os habitantes de Belém da Judéia participassem do
censo. Disse José: "Posso recensear os meus filhos, mas e esta menina? O
que informarei no censo? Que é minha esposa? É vergonhoso. Que é minha filha?
Todos os filhos de Israel sabem que não é. Faça-se a vontade do Senhor, pois
este é o seu dia".
2. Colocou a sela na jumenta e acomodou
Maria sobre ela. Um de seus filhos ia conduzindo o animal pelo cabresto
enquanto José simplesmente os acompanhava. Ao chegarem a três milhas [de
Belém], José notou que Maria estava triste e disse a si mesmo: "Deve ser
porque a gravidez a incomoda". Olhando novamente, porém, viu que ela
sorria e disse-lhe: "Maria: o que está acontecendo? Às vezes te vejo
triste, outras sorridente..." Ela respondeu: "Dois povos foram-me
apresentados aos olhos: um que chora e se desespera; e outro que se alegra e
rejubila".
3. Atingindo a metade do caminho, Maria
disse a José: "Desça-me porque o fruto de meu ventre anseia por vir à
luz". Então [José] ajudou-a a descer da jumenta e disse-lhe: "Para
onde te levarei para esconder a tua nudez, uma vez que nos encontramos em campo
aberto?"
XVIII
1. Descobrindo uma caverna, conduziu-a
para dentro e a deixou com seus filhos enquanto se dirigiu para Belém a fim de
buscar uma parteira hebréia.
2. E eu, José, andava mas não avançava;
olhei para o espaço e o ar parece-me assombroso; olhei para o céu e tudo estava
parado, inclusive os pássaros do céu; olhei para a terra e vi um vasilhame no
chão e uns trabalhadores sentados, como se estivessem comendo já que suas mãos
estavam sobre o vasilhame; porém, embora parecessem comer, não mastigavam e
quem parecia pegar a comida, não a retirava do prato e, ainda, os que pareciam
levar os manjares à boca, não o faziam porque olhavam para o alto. Havia também
ovelhas sendo capturadas, mas não fugiam e o pastor levantou seu cajado para
bater-lhes, porém, manteve sua mão no ar. Então olhei para o rio e notei que os
cabritos punham seus focinhos nele mas não bebiam da água. Por certo tempo tudo
parou.
XIX
1. Então a mulher que descia a montanha me
perguntou: "Onde vais?" Respondi: "Procuro por uma parteira
hebréia". Ela disse: "Sois de Israel?" Respondi:
"Sim". Então ela disse: "Quem está dando à luz na caverna?"
Disse-lhe: "Minha esposa". Ela replicou: "Mas não é tua
mulher?" Respondi-lhe: "É Maria: aquela que foi criada no Templo do
Senhor. De fato, foi-me dada por mulher, mas não o é, e agora concebe por obra
do Espírito Santo". Disse a parteira: "Isso é verdade?" José
respondeu: "Vinde e vede". Então a parteira foi com ele.
2. Chegando à caverna, pararam, pois
estava coberta por uma nuvem luminosa. Disse a parteira: "Minha alma foi
agraciada pois meus olhos viram coisas incríveis e a salvação para Israel
nasceu!" Então a nuvem saiu da caverna e de dentro brilhou uma forte luz,
de forma que nossos olhos não conseguiam ficar abertos. E [a luz] começou a
diminuir e viu-se que o menino mamava no peito de sua mãe, Maria. E a parteira
gritou: "Hoje é meu grande dia! Vi com os meus olhos um novo milagre".
3. E, saindo da gruta, veio ao seu
encontro Salomé. Disse a parteira: "Salomé, Salomé! Preciso contar-lhe uma
maravilha jamais vista: uma virgem deu à luz. Como sabes, isso é impossível
para a natureza humana". Respondeu-lhe Salomé: "Pelo Senhor, meu
Deus, não acreditarei enquanto não puder tocar os meus dedos em sua natureza
para examinar-lhe".
XX
1. Então a parteira entrou [na caverna] e
disse a Maria: "Prepara-te porque existe uma dúvida sobre ti entre
nós". E Salomé pôs seu dedo na natureza [de Maria] e soltou um grande
grito: "Ai de mim! Minha malícia e incredulidade são culpadas! Eis que
minha mão foi carbonizada e desprendeu-se do meu corpo por tentar ao Deus
vivo!"
2. E, se ajoelhando diante de Deus, pediu:
"Ó Deus de nossos pais: recorda-te de mim, pois sou descendente de Abraão,
Isaac e Jacó! Não me tornes exemplo para os filhos de Israel! Cura-me para que
possa continuar a me dedicar aos pobres, pois bem sabes, Senhor, que curava em
teu Nome e recebia diretamente de Ti o meu salário".
3. Então um anjo do céu apareceu-lhe e
disse: "Salomé, Salomé! Deus te ouviu! Toque o menino e terás alegria e
prazer".
4. E Salomé se aproximou e pegou o menino.
E disse: "Adoro-te porque nasceste para ser o Grandioso Rei de
Israel". Sentiu-se, então, curada e pode sair em paz da caverna. E
ouviu-se uma voz que dizia: "Salomé, Salomé! Não digas a ninguém as
maravilhas que presenciaste até que o menino vá para Jerusalém".
XXI
1. E José partiu para a Judéia. Ocorreu
então grande tumulto em Belém pois chegaram uns magos dizendo: "Onde está
o Rei dos judeus recém-nascido, pois vimos sua estrela nascer no Oriente e
viemos adorá-lo".
2. Ouvindo isto, Herodes ficou perturbado
e enviou seus mensageiros aos magos. Convocou os príncipes e os sacerdotes e
fez-lhes a pergunta: "O que está escrito sobre o Messias? Onde deverá
nascer?" Eles responderam: "Em Belém da Judéia, conforme as
Escrituras". Dispensou-os e perguntou aos magos: "Que sinal vistes
indicando o nascimento desse rei?" Responderam os magos: "Um grande
astro brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz].
Soubemos, então, que em Israel havia nascido um rei e viemos para
adorá-lo". Disse Herodes: "Ide e buscai-o para que também eu possa
adorá-lo".
3. Nesse mesmo instante a estrela que
haviam visto no Oriente voltou a brilhar e foram guiados até a caverna; [e a
estrela] parou sobre a entrada [da caverna]. Então os magos se aproximaram do
menino e de sua mãe e ofertaram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra.
4. Porém, foram advertidos por um anjo
para que não retornassem à Judéia e voltaram para suas terras por outro
caminho.
XXII
1. Quando Herodes percebeu que fora
enganado pelos magos, encheu-se de fúria e mandou que seus soldados
assassinassem todos os meninos com menos de dois anos.
2. Chegando à Maria a notícia da matança
das crianças, encheu-se de medo e, envolvendo seu filho em panos, colocou-o
numa manjedoura.
3. Quando Isabel ficou sabendo que também
procuravam sem filho João, pegou-o e foi para as montanhas, procurando
esconderijo. Como não encontrava nenhum lugar ideal, em soluços orou em alta
voz: "Ó Montanha de Deus: recebe em teu seio uma mãe com seu filho".
4. Nesse momento, a montanha se abriu para
recebê-los. Uma grande luz os acompanhou pois um anjo do Senhor foi guardá-los.
XXIII
1. Como Herodes continua perseguindo João,
mandou seus mensageiros interrogarem Zacarias: "Onde escondeste teu
filho?" Mas ele respondeu: "Cuido do serviço de Deus e por isso estou
sempre no Templo. Não sei onde se encontra meu filho".
2. Os mensageiros informaram o ocorrido a
Herodes e ele, furioso, disse para si mesmo: "Provavelmente será seu filho
que reinará em Israel". E enviou outro recado [a Zacarias]: "Diga-nos
a verdade. Onde se encontra o teu filho? Do contrário, sabes muito bem que o
teu sangue está sob as minhas mãos".
3. Mas Zacarias respondeu: "Então
serei mártir do Senhor porque te atreves a derramar o meu sangue. Mas a minha
alma será recolhida pelo Senhor já que uma vida inocente será ceifada no
vestíbulo do santuário". E Zacarias foi assassinado quando veio a aurora,
mas os filhos de Israel não perceberam o crime.
XXIV
1. Quando os sacerdotes se reuniram à hora
da saudação notaram que Zacarias não veio ao encontro deles para abençoá-los,
como era de costume. Ficaram, porém, esperando-o para saudá-lo na oração e para
glorificar o Altíssimo.
2. Como demorava muito, passaram a ficar
amedrontados. Um deles, tomando a iniciativa, entrou e viu sangue já coagulado
ao lado do altar. Então ouviu uma voz que dizia: "Zacarias foi morto e seu
sangue não deverá ser limpo até que chegue o vingador". Ao ouvir a voz,
encheu-se de medo e saiu para contar aos sacerdotes.
3. Tomando coragem, estes entraram e
testemunharam o ocorrido. Então os fundamentos do Templo rangeram e rasgaram as
vestes de alto a baixo. Porém, o corpo [de Zacarias] não foi encontrado, mas
apenas o sangue já coagulado. Cheios de medo, saíram e contaram a todo povo que
Zacarias fora assassinado. E a notícia se espalhou por todas as tribos de
Israel, que choraram e guardaram luto por três dias e três noites.
4. Terminado o tempo [de luto], os
sacerdotes se reuniram para decidir quem ocuparia o lugar [de Zacarias]. A
sorte caiu sobre Simeão, aquele que o Espírito Santo lhe dissera que não
provaria a morte até que visse o Messias Encarnado.
XXV
1. E eu, Tiago, escrevi esta narrativa
quando surgiu um grande tumulto em Jerusalém em virtude da morte de Herodes.
Retiro-me para o deserto até que cesse o tumulto e glorifico ao Senhor, meu
Deus, que me concedeu a graça e a sabedoria para escrever esta narração.
2. Que a graça esteja com todos os homens
que temem a Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem deve ser dada glória por todos os
séculos dos séculos. Amém.
Sem
nenhum intuito de querer refutar os argumentos dos evangelhos canônicos e nem
exaltar o evangelho apócrifo de Tiago, mas, como vimos neste evangelho apócrifo,
José era viúvo e tinha filhos. Assim sendo, os irmãos de Jesus apontados nos
evangelhos canônicos não eram filhos de Maria, e sim, de José, portanto, irmãos
não carnais de Jesus, advindos de seu pai adotivo, indicado pelo sacerdócio
para desposar Maria, por ser viúvo, portanto, responsável, e como já era avançado em idade, não teve conjunção carnal com Maria, nem antes e nem depois do parto, não tendo tido Maria outros filhos alem de Jesus, assim como as outras mulheres eleitas por Deus não tiveram outros filhos senão os filhos
missionários, exceto no caso das duas mulheres eleitas, Rebeca e Raquel, que tiveram, cada uma delas, dois filhos, mas os dois filhos de cada uma eram missionários de Deus.
Ora, se os demais
missionários de Deus não tiveram irmãos carnais na Terra, por que exatamente Jesus, filho unigênito de Deus, teria irmãos carnais na Terra, e filhos de Maria, uma eleita especial de Deus?
Na
verdade, os evangelhos canônicos falam dos irmãos de Jesus sem relatar se os
mesmos são filhos de Maria ou de José: “(Marcos 6:3) - Não é este o
carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de
Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele”. “(Mateus 13:55) - Não é este o filho do
carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e
Simão, e Judas?”. Todavia, essas afirmações encontradas nos evangelhos canônicos nos levam a
crer que o evangelho apócrifo de Tiago pode ter veracidade. Vejamos algumas comparações:
Por ocasião
da festa de páscoa, veio para Jerusalém, uma caravana de pessoas vindas de
Nazaré, dentre elas, Jesus, Maria e José. No final da festa, ao retornarem para
Nazaré, Maria ficou ao lado de José, dando a entender que estaria cuidando dele, em razão de sua
idade, pois, estando Jesus já com doze
anos, José já estaria bastante idoso, uma vez que sua idade já era avançada
quando desposara Maria: “(Lucas 2:42 a 44) - E, tendo ele já doze anos, subiram
a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados
aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua
mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho
de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos;”.
Por
ocasião de uma festa de casamento na cidade de Caná, da Galiléia, estavam
presentes Maria, Jesus e os discípulos de Jesus, mas José não estava na festa:
“(João 2:1,2) - E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia;
e estava ali a mãe de Jesus. E foi
também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas”. Ora, se Jesus ainda
não tinha, efetivamente, iniciado o Seu ministério, mas já estava formando os
Seus discípulos, então Ele deveria ter, aproximadamente, trinta anos, significando
que José, se vivo fosse, estaria com uma idade muito avançada, não sendo possível
se fazer presente em festas.
E o fato mais
comprobatório é que durante três anos de pregação de Jesus, os evangelhos não
relatam a presença de José em nenhuma ocasião, muito pelo contrário, Jesus, no
calvário, entrega Maria aos cuidados de João, num demonstrativo claro de que
Maria não tinha outros filhos alem Jesus, que, no momento, estava sendo crucificado, e toda
sua parentela, tipo, mãe, pai, esposo, primo, etc., já havia falecido, de morte natural, porque eram velhos, exceto João, seu primo, que fora decapitado no palácio de Herodes: “(João 19:26, 27) - Ora
Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente,
disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí
tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.
O discípulo
amado era João, a quem Jesus muito amava e entregou a ele a sua mãe, para que
ele cuidasse dela.
Se Maria
tivesse outros filhos ou parentes, haveria necessidade de Jesus entrega-la a uma pessoa que não
era nem filho e nem parente dela?