sábado, 10 de março de 2018

BIOGRAFIA DE UM POLÍTICO AMADO PELOS POBRES E ODIADO PELOS RICOS


Luiz Inácio Lula da Silva, brasileiro, viúvo, residente e domiciliado em São Bernardo do Campo-SP., nascido aos 27 dias do mês de outubro de 1945, no distrito de Caetés, no município de Garanhuns, mesorregião do agreste pernambucano.

É profundamente amado pela classe pobre trabalhadora, com quem muito se identifica e representa, por nela ter nascido e participado de todos os dissabores que lhes são inerentes.

Filho de agricultores pobres, viu, ainda muito pequeno, sua mãe ser abandonada pelo seu pai, que fugiu, com a concubina, para o sudeste do país, deixando-o com sua mãe e seus sete irmãos a mercê da fome e da miséria.

Em 1952, aos sete anos de idade, juntamente com a mãe e os irmãos, migraram dessa região pernambucana, para o sudeste do pais, tanto para fugir do caos em que toda família se encontrava,  como para sua mãe, motivada por um falso convite recebido através de uma carta, se encontrar com o seu pai.

Após treze consecutivos e cansativos dias de viagem em pau-de-arara, (modalidade nordestina de transporte que consiste em se adaptar caminhões de carga para transportar passageiros. Constando essa adaptação em se improvisar varões transversais e verticais de madeira, nas carrocerias de caminhões, no formato de gaiola, para servirem de fixação à lonas, e ao mesmo tempo servir de apoio aos passageiros, que se seguravam nesses varões durante a viagem. Semelhantes as araras que, quando transportadas em varões, se agarram aos mesmos e grasnam durante a viagem. Da mesma forma, os passageiros, agarrados aos varões faziam, para mitigar a fome, o cansaço e o sono, bastante algazarra, em forma de orações, canções, gritos e aboios de vaqueiros), chegaram em Itapema, (hoje, Vicente de Carvalho), no município de Guarujá-SP., cansados e alquebrados e se instalaram na mesma residência da segunda família do pai, onde descobriram que o convite havia sido um blefe de um dos irmãos mais velhos de Lula, no intuito de convergir para um mesmo lugar, a família dispersada pela desventura de um ato irresponsável do pai.

A convivência das duas famílias juntas foi chocante, difícil e humilhante. Sua sofredora mãe não merecia tamanho sofrimento e humilhação. Mas o infante Luiz Inácio, de apenas sete anos, abdicou da infância e da adolescência e caiu na batalha para angariar meios de tirar sua mãe de tão constrangedora situação. Usou de todos os recursos honestos de sobrevivência. Vendou laranjas no cais. Retirou lenha do mangue para venda e consumo doméstico. Andou quilômetros para pegar água potável, em poços tubulares, para venda e consumo da família. Catou mariscos e caranguejos no mangue para venda e consumo, conseguindo assim ajudar a sua mãe a sair do convívio humilhante e ir morar, com os filhos, em uma casa visinha, extremamente pobre, mas sem a inconveniência de um compartilhamento indesejável.

Em 1954 sua mãe  mudou-se para São Paulo, capital do estado, indo residir na Vila Carioca, um bairro  localizado no distrito do Ipiranga. Mas Luiz Inácio, de imediato, não acompanhou a mãe, porque estava matriculado no Grupo Escolar Marcílio Dias, no Guarujá, para ser alfabetizado, apesar da falta de incentivo do pai que, por ser analfabeto, entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, para, assim, poderem trabalhar e contribuir para renda familiar.

Em 1956, com onze anos, mudou-se para São Paulo, capital, e foi morar com sua mãe na Vila Carioca, continuando, assim, com os mais variados labores  para ajudar na renda familiar, tais como: trabalhar em tinturaria, engraxar sapatos, auxiliar em escritório, etc. Aos quatorze anos apenas, e pela primeira vez, teve sua carteira de trabalho assinada pela empresa Armazéns Gerais Colúmbia, onde trabalhou.

Em 1961, fez, no SENAI Roberto Simonsen, no bairro do Ipiranga, um curso profissionalizante de torneiro mecânica, e essa oportunidade, segundo ele, teria sido se concretizado a conquista de seu direito à cidadania. 
Agora, profissionalmente habilitado, foi trabalhar em uma siderúrgica de produção de parafusos, já como torneiro mecânico. E foi ali, no chão de fábrica, que a alcunha Lula, embora já fosse praticada no seio familiar, se expandisse mais popularmente
Também foi ali, que, em 1964, aos 19 anos, esmagou seu quinto quirodáctilo da mão esquerda, (dedo mindinho), enquanto trabalhava num torno mecânico, e, pela demora, pelos dirigentes da fábrica, no encaminhamento ao socorro médico, teve que amputar o dedo. Mutilação essa que o deixou triste, mas não o deprimiu. Recebeu, onze meses depois, uma  indenização de 350 mil cruzeiros, oportunidade em que comprou, para sua mãe, móveis domiciliares e um terreno.
Depois trabalhou na Frismolducar, mas foi demitido por se ter recusado a trabalhar aos sábados.

Em 1965, em razão da recessão causada pelo golpe militar, ficou, juntamente como seus irmãos, desempregado durante todo ano. Nesse ano ele e sua família passaram por severas privações e sobreviveram de trabalhos eventuais, (os famosos "bicos").

Em 1966, foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde teve melhor remuneração, respaldada por uma intensa atuação no setor produtivo da empresa. 
Embora, à época, ainda não tinha uma visão sindicalista, filiou-se, em 1968 ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. E, apesar da inexperiência sindical, já era apontado pelos sindicalistas como uma pessoa com espírito de liderança e carisma.

Em 1969, sob forte influência de seu irmão, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, militante do Partido Comunista Brasileiro, foi convencido a integrar a chapa de candidatura a dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, e essa chapa, na qual o seu nome figurava dentre os suplentes, foi a eleita. Mas ele continuou a exercer, normalmente, suas atividades de torneiro mecânico na empresa em que trabalhava.

Em 1972, elegeu-se 1º secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, mas ainda continuou a exercer suas atividades de torneiro mecânico na empresa em que mantinha vínculo empregatício.
Pela condição de 1º secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, ele foi indicado a dirigir a recém  criada Diretoria de Previdência Social e FGTS. E, dessa vez, ele deixou de exercer suas atividades de torneiro mecânico, desvinculando-se da empresa em que mantinha vínculo empregatício e passando a ter dedicação exclusiva aos labores sindicais.

Em 1973, fez, nos Estados Unidos, um curso sobre sindicalismo, na AFL-CIO (American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations-Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), a maior central operária dos Estados Unidos e Canadá. Fundada em 1955 pela fusão da AFL (1886) com a CIO (1935). É composta por 54 federações nacionais e internacionais de sindicatos dos Estados Unidos e do Canadá, que, juntos, representam mais de 10 milhões de trabalhadores e integra a Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres.

Em 1975, pela sua brilhante atuação frente a  diretoria de previdência social e FGTS, foi convidado a candidatar-se a presidente  do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e a sua chapa foi a vitoriosa do certame.
Sua atuação como dirigente sindical foi reveladora, e ganhou projeção nacional, pelas bandeiras levantadas,  reinvindicações de direitos que deixaram de ser atribuídos aos trabalhadores, com o movimento que ele liderou em 1977, reivindicando a complementação da reposição aos salários do índice correto da inflação de 1973, por ter tido um índice de correção inferior ao índice real inflacionário, fato esse reconhecido pelo próprio governo de que o índice de inflação divulgado havia sido bem menor que o real ocorrido. O equivale dizer os salários tiveram reajuste menor do que o devido. Esse pleito sindical liderado por Luva teve ampla cobertura da imprensa, (e em plena vigência do AI-5), mas o governo não atendeu as reinvindicações.
Reeleito, em 1978, passou a liderar as negociações e as greves de metalúrgicos de sua base que passaram a acontecer em larga escala a partir desse ano, quais haviam cessado de ocorrer desde o endurecimento repressivo da ditadura militar na década anterior.
Por liderar as greves dos metalúrgicos da Região do ABC, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, Lula foi preso, cassado como dirigente sindical e processado com base na Lei de Segurança Nacional.
Durante o movimento grevista, a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu e, em 1980, Lula se juntou a sindicalistas, intelectuais, representantes dos movimentos sociais e católicos militantes da Teologia da Libertação para formar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi o primeiro presidente.

Em 1980, em pleno curso de uma greve no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada por Murilo Macedo, então ministro do Trabalho do general João Batista Figueiredo, e Lula foi detido por trinta e um dias nas instalações do DOPS paulista. Em 1981, a Justiça Militar o condenou a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva. Tendo recorrido, foi absolvido no ano seguinte.

Em 1982, Lula participou das eleições para o governo de São Paulo e perdeu. No mesmo ano alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luiz Inácio Lula da Silva visando usá-lo em pleitos eleitorais futuros, pois a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos. Em 1984, participou, ao lado de Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy, Tancredo Neves, entre outros, da campanha Diretas Já, que clamava pela volta de eleições presidenciais diretas no país. A campanha Diretas Já acabou não tendo sucesso e as eleições presidenciais de 1985 foram feitas por um Colégio Eleitoral de forma indireta. Lula e o PT abstiveram-se de participar desta eleição. O processo indicou o governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, que participou ativamente na campanha das Diretas Já, como novo presidente do Brasil. Com a morte de Tancredo Neves, antes da sua posse como presidente em 1985, assume a presidência o vice José Sarney. Lula e o PT decidem firmar uma posição independente, mas logo se encontram no campo da oposição ao novo governo.

Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação para a Câmara Federal até aquele momento, tendo participado da elaboração da Constituição Federal de 1988. Foi favorável à limitação do direito de propriedade privada, ao aborto, à jornada semanal de 40 horas, à soberania popular, ao voto aos 16 anos, à estatização do sistema financeiro, à criação de um fundo de apoio à reforma agrária e ao rompimento de relações diplomáticas com países que adotassem políticas de discriminação racial.

Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a presidente e ficou em segundo lugar. No segundo turno Fernando Collor de Mello, candidato do PRN, primeiro colocado no turno inicial das eleições, recebeu apoio dos meios de comunicação e empresários, uma vez que estes se sentiam intimidados ante a perspectiva do ex-sindicalista, radical e alinhado às teses de esquerda chegar à presidência, e Collor foi eleito presidente.
A campanha de Fernando Collor no segundo turno foi fértil em práticas tidas, na época, por moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a quem a queda do Muro de Berlim havia transformado em anacronismo, e seus atos político-eleitorais (comícios, passeatas) foram descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo Kucinski, tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores de Collor nos comícios do PT. Collor acusou ainda Lula de desejar sequestrar ativos financeiros de particulares (o que a equipe econômica do futuro governo Collor fez após sua eleição).
Articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, Miriam Cordeiro, com a qual ele teve uma filha, surgiu na propaganda televisiva de Collor durante o segundo turno das eleições para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram.
O PSDB, hoje maior rival eleitoral do PT, na época, declarou apoio oficial a Lula no segundo turno. O candidato tucano, Mário Covas, que havia ficado em quarto lugar naquela eleição, subiu em palanques ao lado de Lula em defesa da candidatura petista.
Às vésperas da eleição, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em sua exibição no Jornal Nacional. O então diretor do Gallup Carlos Eduardo Matheus, entre outros, sustentou que a edição foi favorável a Collor e teria influenciado o eleitorado (fato este admitido mais tarde por várias memórias de participantes do evento, mostrado no documentário Beyond Citizen Kane). A eleição propriamente dita comportou ainda a alegada manipulação política do sequestro do empresário do setor de supermercados Abílio Diniz, que, libertado do cativeiro no dia da eleição, seus sequestradores foram apresentados pela polícia vestindo camisetas do PT (aberto inquérito para apurar se coube à polícia vestir os criminosos, foi dois anos depois arquivado por falta de provas).
Apesar da sua derrota em 1989, Lula manteve sólida liderança no PT, bem como prestígio internacional, como no destaque obtido quando da fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990. Tratava-se de um encontro periódico de lideranças partidárias que visava congregar e reorganizar as esquerdas latino americanas, que estavam politicamente desorganizadas com a expansão do neoliberalismo após a queda do muro de Berlim.

Em 1994, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a candidatar-se à presidência e foi novamente derrotado, ainda no primeiro turno, dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela terceira vez derrotado como candidato à presidência da República, em uma eleição novamente decidida no primeiro turno. No entanto, manteve papel de destaque na esquerda brasileira, ao apresentar-se numa chapa que tinha como candidato à vice-presidência o seu antigo rival Leonel Brizola, que havia disputado arduamente com Lula sua ida ao segundo turno das eleições de 1989 como adversário de Collor. Lula tornou-se um dos principais opositores da política econômica do governo eleito, sobretudo da política de privatização de empresas estatais realizadas nesse período.
A desvalorização do real em janeiro de 1999, logo após a eleição de 1998, as crises internacionais, deficiências administrativas como as que permitiram o apagão de 2001, e principalmente o pequeno crescimento econômico no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso fortaleceram a posição eleitoral de Lula nos quatro anos seguintes. Abdicando dos "erros" cometidos em campanhas anteriores, como a manifestação de posições tidas por radicais, Lula escolhe para candidato à vice-presidência, o senador mineiro e empresário têxtil José Alencar, do PL, partido ao qual o PT se aliou. A campanha eleitoral de Lula optou em 2002 por um discurso moderado, prometendo a ortodoxia econômica, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa do país, conquistando a confiança de parte da classe média e do empresariado.

Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No seu discurso de diplomação, Lula afirmou: "E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país."
Em 1 de janeiro de 2003, a história brasileira é marcada pela posse de um ex-operário ao posto mais elevado do país, que o governou em dois mandatos: de 2003 a 2006, e de 2007 a 2011.
O Governo Lula terminou com aprovação recorde da população, com número superior a 80% de avaliação positiva. Teve como principais marcas a manutenção da estabilidade econômica, a retomada do crescimento do País e a redução da pobreza e da desigualdade social. O governo Lula também se notabilizou pela busca do país em sediar grandes eventos esportivos, como os Jogos Pan-Americanos de 2007 e a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, embora essas decisões tenham gerado polêmica quanto aos possíveis prejuízos e legados de cada evento.
O governo Lula registrou crescimento de 32,62% do PIB (média de 4%) e 23,05% da renda per capita (média de 2,8%). . Lula assumiu com a inflação em 12,53% e entregou a 5,90%. 
A gestão Lula iniciou dando seguimento à política econômica do governo anterior, FHC. Para tanto, nomeou Henrique Meirelles, deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás em 2002, para a direção do Banco Central do Brasil dando um forte sinal para o mercado - principalmente o Internacional, em que Meirelles é bastante conhecido por ter sido presidente do Bank Boston - de que não haveria mudanças bruscas na condução da política econômica em seu governo. Nomeou o médico sanitarista e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antônio Palocci, pertencente aos quadros do PT, como Ministro da Fazenda. Após seguidas denúncias contra Palocci feitas pela mídia, no caso conhecido como "Escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo", este pediu demissão (em 27 de agosto de 2009, o STF arquivou a denúncia feita contra Palocci). O seu substituto foi o economista e professor universitário Guido Mantega, que assumiu o ministério em 27 de março de 2006.
O Governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, que ficou controlada, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial. Tambem observou-se o recorde na produção da indústria automobilística em 2005, e o maior crescimento real do salário mínimo.
Em 2010, Alan Mulally, presidente mundial da Ford afirmou que graças aos programas de incentivo do Governo Lula foi possível ao país sair de forma efetiva da crise mundial. Durante a crise a retração do PIB foi de apenas 0,2%, mostrando um resultado melhor que as grandes economias do mundo obtiveram.
Nos oito anos do Governo Lula, a taxa de inflação oficial do País, representada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou, em sete oportunidades, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A exceção ficou por conta justamente do primeiro ano da gestão, em 2003, quando o IPCA, mesmo mostrando uma alta menor, de 9,30%, ante a taxa de 12,53% de 2002, ficou acima da meta ajustada de 8,5% anunciada pelo Banco Central.
Em 2004, depois de o CMN estipular uma meta de inflação acumulada de 5,5% para aquele ano, com tolerância de 2,5 pontos porcentuais para baixo ou para cima, o IPCA atingiu uma taxa final de 7,60%, bem próxima do teto estabelecido. Em 2005, a inflação oficial do País fechou o período com uma alta acumulada de 5,69%, dentro da meta de 4,5%, com tolerância de 2,5 pontos para cima ou para baixo.
A partir de 2006, o CMN manteve o ponto central da meta inflacionária do Brasil em 4,5%, mas reduziu as margens para 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo. Foi exatamente nesse ano que o IPCA atingiu a marca de 3,14%, a menor taxa desde o início de implantação das metas, em 1999.
Em 2007 e 2008, a inflação acumulada avançou para os níveis de 4,46% e de 5,90%, respectivamente, mas ainda continuaram dentro do intervalo perseguido pelo Banco Central. Em 2009, em virtude, principalmente, da alta menor no preços dos alimentos, o IPCA acumulado desacelerou para a marca de 4,31%. No último ano do governo Lula, a inflação apresentou importante aceleração, registrando alta de 5,91%. Apesar de ainda ter ficado dentro da meta do CMN, de 4,5%, com tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo, o IPCA foi o maior desde 2004.
PIB apresentou expansão média de 4% ao ano, entre 2003 e 2010. O desempenho superou o do governo anterior, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que mostrou expansão média do PIB de 2,3% ao ano. O número médio dos oito anos ficou, porém, abaixo da média de crescimento da economia brasileira do período republicano, de 4,55%, e colocou o Governo Lula na 19ª posição em ranking de 29 presidentes, conforme estudo do economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ. Quando se divide o período por dois mandatos, a média foi de 3,5%, no primeiro (2003-2006), e de 4,5%, no segundo (2007-2010).
O resultado médio melhor da segunda metade do Governo Lula foi beneficiado especialmente pelo número do último ano de mandato, já que a economia brasileira apresentou, em 2010, expressiva expansão de 7,5% ante 2009, o maior crescimento desde 1986, quando o PIB também cresceu 7,5%, segundo o IBGE.
Lula iniciou o governo com uma expansão modesta, de 1,1% em 2003. Teve seu melhor resultado justamente em 2010, após uma retração de 0,6% registrada no ano anterior.] O segundo melhor resultado do PIB brasileiro, nos oito anos de governo foi em 2007, com expansão de 6,1%. Em 2004, a economia cresceu 5,7%; em 2005, 3,2%; em 2006, 4%; e, em 2008, 5,2%.
Em 2008, quando o aquecimento da demanda e da atividade econômica nacional já geravam preocupações para o cumprimento das metas de inflação e obrigavam o Banco Central a apertar a política monetária por meio do aumento da taxa básica de juros, a crise financeira mundial originada nos Estados Unidos atingiu o Brasil no último trimestre. Mas, como o primeiro semestre ainda havia apresentado um desempenho econômico forte, o PIB nacional terminou o ano com uma taxa de expansão de 5,1%.
Já sob influência dos impactos da crise financeira global especialmente no aumento do desemprego no País no primeiro bimestre de 2009, a aprovação do governo Lula, que, em dezembro de 2008, havia batido novo recorde, ao atingir, segundo a Pesquisa Datafolha, a marca de 70% de avaliação de "ótimo" ou "bom", sofreu queda em março de 2009, para 65%. Foi a primeira redução observada no segundo mandato do presidente. Sobre a crise deu as seguintes declarações:
A imprensa, de vez em quando, fica doida: 'Mas, presidente Lula, e a crise americana?' Perguntem para o Bush. A crise é dele, não é minha.
—Lula, durante discurso em Mossoró-RN, julho de 2008.

Eu estou muito confiante de que a crise americana, se ela chegar aqui... lá ela é um tsunami, aqui ela vai chegar uma marolinha, que não dá nem para esquiar.
—Lula, durante entrevista no ABC paulista, outubro de 2008.

Combate aos efeitos da crise e retomada da popularidade:
A queda na avaliação positiva foi bastante efêmera, já que, logo no mês de maio de 2009, pesquisas voltaram a trazer crescimento na aprovação do governo, também em consequência da estabilidade do Brasil frente à crise econômica internacional. Na Pesquisa Datafolha publicada em 31 de maio do mesmo ano, a avaliação positiva voltou ao patamar de novembro, quando a taxa de aprovação do governo chegou ao recorde de 70%.
Pelos frutos desta popularidade, Lula foi considerado, pela Revista Época, um dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Em março de 2010, pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de S.Paulo constatou que a popularidade de Lula atingiu seu melhor valor desde 2003. 76% dos pesquisados apontaram o governo como ótimo ou bom e 4% acharam o governo ruim ou péssimo.
Dentre suas diretrizes de trabalho está a atuação defensiva na área de Relações Exteriores, com atuação estrategicamente focada na OMC e formação de grupos de trabalho formados por países em desenvolvimento, bem como interações específicas com a União Europeia, melhorando a exposição do país internacionalmente. Essa forte atuação gerou resultados na ampliação do comércio brasileiro com diversos países e na consequente diminuição da dependência dos Estados Unidos e da União Europeia nas exportações brasileiras. Essa orientação fortemente comercial da política externa resultou num crescimento inédito das exportações brasileiras: em sete anos de governo Lula, as exportações totalizaram US$ 937 bilhões.

Ainda na política externa, o governo Lula atua para integrar o continente Sul Americano, expandir e fortalecer o Mercosul, obtendo alguns avanços, como o aumento de mais de 100% nas exportações para a América do Sul, fortalecendo o comércio regional.

Dentre os últimos eventos a serem estudados, incluem-se:
A proposta de entrada da Venezuela no Mercosul;
Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, também manifestando interesse mútuo em estreitar os laços comerciais com o Brasil;
A insistência na obtenção de um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas;

A crescente projeção da influência brasileira pelo mundo:
Em 26 de março de 2009, por ocasião da visita do primeiro-ministro britânico Gordon Brown ao Brasil, Lula afirmou que a crise foi causada por "comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis". A declaração deixou Brown constrangido e ganhou destaque na imprensa britânica.

Em 2 de abril de 2009, durante almoço que fez parte da reunião de líderes do G20, em Londres, na Inglaterra, o presidente dos EUA, Barack Obama, elogiou publicamente Lula, dizendo que o presidente brasileiro era "o cara" e também o "político mais popular do mundo".
Em dezembro do mesmo ano, quando em visita à Alemanha, o Süddeutsche Zeitung, jornal de maior tiragem naquele país, chamou-o de superstar e de "o político mais popular do planeta", diante de quem "os poderosos do planeta fazem fila". E, ao se referir-se à visita de Lula, informou que "Lula honra Berlim e Hamburgo" com sua visita.

A política externa do governo Lula também é considerada controversa por alguns órgãos de imprensa, pelo suposto apoio do Brasil a países acusados de violações a direitos humanos, tanto em votações na ONU quanto na aproximação política com essas nações. Casos notórios que causaram polêmica foram a abstenção do Brasil na votação de um pedido de investigação sobre violações de direitos humanos no Sudão, a visita do presidente iraniano ao Brasil em 2009 e o apoio à conduta do governo cubano de prender opositores políticos, inclusive com críticas de Lula àqueles que protestavam com greve de fome.
Tal política externa não impediu, entretanto, que nesse mesmo ano, num espaço de tempo não maior que dois meses, o Brasil tenha recebido as visitas de Shimon Peres, presidente de Israel, e de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (Palestina, no Brasil), além do próprio presidente do Irã.
Apesar do grande número de escândalos políticos que envolveram o PT durante seu mandato, a popularidade do então presidente da república continuava expressiva, fato atribuído por seus adversários a uma forma de governo populista, por conta dos benefícios monetários e alimentícios oferecidos às famílias de baixa renda através de programas sociais como o Bolsa Família. Apesar de só fornecer o auxílio a famílias de baixa renda, o presidente afirma que aqueles auxiliados pelo programa tentam ascender a uma nova classe social, mesmo considerando a possibilidade de perder o auxílio conferido pelo programa.

Sob o comando de Lula, o Brasil também prestou importante auxílio a países que passaram por grandes tragédias no início de 2010. Em janeiro, o país ajudou no apoio às vítimas do terremoto no Haiti. No final de fevereiro, ajudou no auxílio às vítimas do terremoto no Chile.
Ainda na política externa exerceu o mandato de Presidente Pro-tempore do Mercosul.

Carreira como palestrante e colunista:
Lula após deixar seu cargo de Presidente, iniciou carreira de palestrante. Sua primeira palestra foi em março de 2011 para executivos da LG. As estimativas dos valores de suas palestras rondam a casa dos 200 mil reais no Brasil e 332 mil reais no exterior. Entre outubro de 2011 e março de 2012, Lula visitou mais de 30 países.
Em abril de 2013, o ex-presidente assinou um contrato com o jornal norte-americano The New York Times para escrever uma coluna mensal no jornal sobre política e economia internacionais.

Vida pessoal
Casamentos e filhos:
Lula e a segunda esposa, Marisa Letícia:
Em 24 de maio de 1969, Lula se casou com a operária mineira Maria de Lourdes da Silva, irmã de seu melhor amigo, Jacinto Ribeiro dos Santos, o "Lambari". Lourdes contraiu hepatite no oitavo mês de gravidez, em junho de 1971, vindo a falecer quando os médicos decidiram fazer uma cesariana para tentar salvar mãe e filho, que também não sobreviveu. Em 1974, teve uma filha chamada Lurian com a enfermeira Miriam Cordeiro, sua namorada na época. Mais tarde, naquele mesmo ano, casou-se com a então viúva Marisa Letícia Casa dos Santos, vindo anos depois a adotar o filho dela, Marcos Cláudio, que nem chegara a conhecer o pai biológico. O casamento de mais de trinta anos com Marisa gerou três filhos: Fábio Luís (nascido em 1975), Sandro Luís (nascido em 1979), e Luís Cláudio (nascido em 1985).
Três dias antes de Lula deixar a presidência, o Ministério das Relações Exteriores concedeu um passaporte diplomático ao seu filho Luís Cláudio. O passaporte diplomático do país é destinado a autoridades, diplomatas ou pessoas que representem o país no exterior, dando privilégios em diversos países. Em decisão judicial, o passaporte foi suspenso pela justiça em 2012, pois segundo a decisão do juiz, houve uma "absoluta confusão de interesses públicos com interesses pessoais".

Câncer de laringe:
Em 29 de outubro de 2011, foi diagnosticado com câncer de laringe pela equipe do médico Paulo Hoff do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Fumante durante quarenta anos, após começar a apresentar rouquidão por um tempo prolongado, foi identificado um tumor maligno de tamanho médio (dois a três centímetros) na laringe do ex-presidente. A assessoria de imprensa do Instituto Lula, ONG do ex-presidente, informou que o tratamento iria iniciar com sessão de quimioterapia em 31 de outubro, mas, a pedido de Lula, não foi divulgado o número de sessões que foram realizadas. No entanto, foi divulgada a duração aproximada do tratamento, que estimava-se de três meses segundo o oncologista Artur Katz, responsável pelo tratamento do ex-presidente. Lula realizou o tratamento no Hospital Sírio-Libanês.
Em nota à imprensa, no mesmo dia do anúncio do câncer, Dilma demonstrou solidariedade a Luiz Inácio e disse que "junta-se à torcida do povo brasileiro" pela melhora do ex-presidente, também se disse preocupada com ele e que acredita na recuperação rápida da sua saúde: 
“Como Presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora, estarei a seu lado com meu apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo”.
José Sarney, presidente do Senado, também divulgou em nota oficial à imprensa que espera a recuperação de Lula e disse: "Lula é um lutador, já venceu muitas batalhas e vencerá mais esta:


O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio. Contará também, para isso, com o apoio e a força de D. Mariza”.



Lula em 2013:
Antecipando-se aos efeitos adversos da quimioterapia, que incluem a queda dos cabelos, sua esposa, Marisa Letícia, cortou a barba e os cabelos de Lula, deixando apenas o bigode. Foi a primeira vez que o ex-presidente mudou sua aparência radicalmente, já que mantinha a barba desde os anos 1970, quando ainda era sindicalista.
Em 28 de março de 2012, o Hospital Sírio-Libanês informou que os exames de Lula mostravam "ausência de tumor visível", demonstrando boa resposta ao tratamento. Em vídeo, Lula disse que sentia intensa náusea, o que o impedia de se alimentar e o fez emagrecer cerca de 16 quilos rapidamente, além de manter uma dieta ausente de sólidos.
Em 31 de maio de 2012, Lula esteve presente no Programa do Ratinho, em sua primeira aparição em um programa de televisão após a descoberta do câncer. Na ocasião, Lula disse que a única possibilidade de ele ser candidato presidencial em 2014 era se Dilma não quisesse se reeleger. Informou também que estava fazendo duas horas por dia de fisioterapia.

Prêmios e honrarias:
Lula recebe, em 2012, o Título de Cidadão Paulistano e a Medalha Anchieta da Câmara Municipal de São Paulo.
Desde 2003, quando assumiu a presidência pela primeira vez, Lula acumulou aproximadamente 300 condecorações.
Segundo a revista norte-americana Newsweek, Lula era, no final de 2008, a 18ª pessoa mais poderosa do mundo, ocupando a liderança do ranking na América Latina. Em lista divulgada pela revista Forbes em novembro de 2009, Lula foi considerado a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Em 2009 foi considerado o "homem do ano" pelos jornais Le Monde e El País. De acordo com o jornal britânico Financial Times, Lula foi uma das 50 pessoas que moldaram a década de 2000 devido a seu "charme e habilidade política" e também por ser "o líder mais popular da história do país". Uma publicação do jornal Haaretz, com sede em Israel, feita em 12 de março de 2010, afirmou que Lula é o "profeta do diálogo", por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio. Em abril do mesmo ano, a revista Time listou Lula como um dos 25 líderes mais influentes do mundo.

Em 2008, a UNESCO concedeu a Lula o Prêmio pela paz Félix Houphouët-Boigny. Em pesquisa publicada no primeiro dia do ano de 2010 pelo Instituto Datafolha, Lula era a personalidade mais confiável dos brasileiros dentre uma lista de 27. No Fórum Econômico Mundial de 2010, realizado em Davos, na Suíça, recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, na erradicação da pobreza e na redistribuição de renda e nas ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial. No mesmo ano, foi condecorado pela Organização das Nações Unidas como o Campeão Mundial na Luta Contra a Fome e a Desnutrição Infantil. Em 2011, após deixar a presidência, Lula recebeu o prêmio Norte-Sul do Conselho da Europa e foi um dos candidatos ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil após indicação feita pelo ex-senador petista Aloizio Mercadante. No dia 17 de março de 2013, o ex-presidente recebeu a Ordem Nacional da República do Benin, a mais alta condecoração beninense, na cidade de Cotonou.

No Brasil, recebeu medalhas da Ordem do Mérito Militar, da Ordem do Mérito Naval, da Ordem do Mérito Aeronáutico, da Ordem do Cruzeiro do Sul, da Ordem do Rio Branco, da Ordem Nacional do Mérito e da Ordem do Mérito Judiciário Militar. Em âmbito internacional, foi condecorado com as medalhas da Ordem da Águia Asteca (México), da Ordem Amílcar Cabral (Cabo Verde), da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (Portugal), da Ordem da Estrela Equatorial (Gabão), da Ordem do Banho (Reino Unido), da Ordem de Omar Torrijos (Panamá), da Ordem Nacional do Mérito (Argélia), da Ordem da Liberdade (Portugal), da Ordem de Boyacá (Colômbia), e da Ordem Marechal Francisco Solano López (Paraguai). Recebeu também o Prêmio Internacional Don Quixote de la Mancha (Espanha) por ter instituído o ensino obrigatório da língua espanhola na rede pública de ensino.

Lula foi condecorado como doutor honoris causa pela Universidade Federal de Viçosa, pela Universidade de Coimbra (Portugal), pela Universidade Federal de Pernambuco, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela Universidade de Pernambuco, pela Universidade Federal da Bahia, e pela Universidade Federal do ABC. Embora outras universidades nacionais e internacionais tenham feito diversos convites para que o então presidente recebesse a honraria, Lula recusou todos os títulos honoris causa enquanto ocupou a cadeira de chefe do estado brasileiro, passando a aceitá-los apenas após deixar o cargo. Em outubro de 2011, Lula recebeu o título de doutor honoris causa da prestigiada Fundação Sciences-Po da França. Foi o primeiro latino-americano a receber este título. A Sciences Po foi fundada em 1871 e apenas 16 personalidades no mundo possuíam esta premiação até então.

Acusações de corrupção:
A partir do início de 2016, a vida do político passou a mostrar-se bem conturbada, com investigações contra si por acusações dos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e ocultação de patrimônio.
Lula é réu em cinco ações penais, três das quais estão no âmbito da Operação Lava Jato. Em janeiro de 2016 o ministério público de São Paulo considerou ter obtido indícios suficientes para denunciar o ex-presidente Lula pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a investigação a construtora OAS, investigada na Operação Lava Jato, teria reservado para a família do petista um apartamento triplex no Guarujá, e pago ainda, segundo a investigação, por uma reforma estrutural no imóvel no valor de 777 mil reais. Os promotores apuram também se a construtora usou outros apartamentos no mesmo prédio para lavar dinheiro ou beneficiar outras pessoas indevidamente. Em fevereiro do mesmo ano Sérgio Moro, juiz federal que conduz os processos da Operação Lava Jato, autorizou a abertura de inquérito para que a Polícia Federal investigue o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, usado pelo ex-presidente. A família de Lula usa frequentemente o sítio, que foi reformado em 2011. Segundo a Revista Época, entre 2012 e 2015 Lula e a família viajaram 111 vezes ao sítio, que tem 173 mil metros quadrados, lago, piscina e uma ampla residência.
O MPF suspeita que as empreiteiras OAS e Odebrecht tenham realizado obras na propriedade rural como compensação por contratos com o governo. Segundo a investigação, a reforma teria custado aproximadamente 500 mil reais. De acordo com O Estado de S. Paulo, a empreiteira OAS pagou em dinheiro vivo os móveis e eletrodomésticos da cozinha e da área de serviço do sítio, e ainda segundo o jornal o total comprado para o sítio foi de 180 mil reais.
Sobre o sítio em Atibaia, o Instituto Lula afirmou, em nota, que o ex-presidente Lula nunca escondeu que frequenta em dias de descanso o sítio Santa Bárbara, que pertence a amigos dele e de sua família. O instituto afirma que não há nada ilegal nestes fatos, que só eles não servem para vincular Lula a qualquer espécie de suspeita ou investigação.

Denúncias do MPF:
Em 21 de julho de 2016, Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal de Brasilia por obstrução à justiça na Lava Jato. Em 29 de julho a Justiça Federal de Brasília aceitou a denúncia do MPF e Lula se tornou réu da ação. Em 9 de dezembro de 2016, o MPF denunciou à Justiça o ex-presidente Lula e o filho dele, Luiz Cláudio Lula da Silva, pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Zelotes. De acordo com a acusação, Lula “integrou um esquema que vendia a promessa” de interferências no governo federal para beneficiar empresas.
Condenação sobre o triplex do Guarujá.

Em 12 de julho de 2017, o juiz Sérgio Moro sentenciou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, incluindo o recebimento de propina da OAS Empreendimentos no valor de 2 252 472 reais. Foi o primeiro presidente do Brasil condenado criminalmente desde a promulgação da Constituição de 1988.

Houve reações de apoio e indignação por parte do meio político. Membros da antiga oposição aos governos petistas elogiaram a sentença, incluindo Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Políticos petistas e aliados condenaram a decisão, incluindo Gleisi Hoffmann e Dilma Rousseff. Os autores do processo de impeachment de Dilma Rouseff, entre eles Miguel Reale Júnior, elogiaram a decisão de Moro. Houve manifestações a favor e contra a condenação de Lula na cidade de São Paulo.

Em 24 de janeiro de 2017, Marisa foi internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês, após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC). Em 2 de fevereiro, o portal UOL anunciou que ex-primeira dama havia tido  morte cerebral decretada, entretanto o Hospital Sírio-Libanês anunciou que a mesma seria submetida aos primeiros exames para a testificação de morte cerebral no dia seguinte. Após esses exames, o hospital divulgou nota confirmando a morte de Marisa, constatada às 18h57 de 3 de fevereiro de 2017. Sua família autorizou a doação de seus órgãos e a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que seriam doados rinsfígado e as córneas.

Em 24 de janeiro de 2018, em um julgamento que recebeu atenção internacional, Lula foi condenado em segunda instância. A sentença foi unânime entre os três desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em favor de manter a condenação anterior e ainda ampliar a pena de prisão do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP). Os desembargadores decidiram ampliar a pena para doze anos e um mês de prisão, com início em regime fechado. As conclusões foram que ele recebeu propina de um esquema de corrupção na Petrobras e que essa propina foi entregue em forma de apartamento. O cumprimento da pena se iniciaria após o esgotamento de recursos que fossem possíveis no âmbito do próprio TRF-4. Mesmo condenado, Lula não perdeu imediatamente o direito de se candidatar nas eleições de 2018.
Em 6 de março de 2018, a quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, o habeas corpus preventivo, decidindo assim que Lula pode ser preso após segunda instância. O pedido do ex-presidente ainda será analisado pelo STF.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o resultado "complica seus planos para concorrer a um terceiro mandato e marca uma extraordinária mudança de sorte para o líder mais popular da história brasileira moderna". O jornal espanhol El País disse que condenação "compromete as aspirações do político de esquerda para um novo mandato nas eleições presidenciais de outubro”, já que a sentença significa que ele será declarado inelegível, lembrando que Lula ainda poderia recorrer judicialmente. A TV Al Jazeera declarou que a tensão social no país foi agravada pela crise e que houve protestos tanto a favor como contra o ex-presidente. O periódico britânico Financial Times asseverou que "Os ativos brasileiros, que já estavam se recuperando muito antes da decisão, ampliaram seus ganhos nas notícias" e demonstrou clareza quanto à prisão de Lula antes das eleições. O jornal argentino El Clarín destacou a fala do juiz Leandro Paulsen, o segundo desembargador a dar o seu voto, de que a participação de Lula no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras foi “inequívoca"... O jornal francês Le Monde, chamando Lula de “pai dos pobres” e de “figura mítica da política brasileira”, disse que a decisão pode assinar a “morte política” do ex-presidente. O Washington Post considerou que "A condenação em 2ª instância tem o potencial de significar o fim da carreira política de Lula".

Aguardando a  prisão pelos supostos crimes cometidos, Lula segue, em palanques, afirmando a sua inocência e solicitando aos representantes do Ministério Público que apresentem as provas materiais de seus crimes, até agora ainda não apresentadas.

(as informações biográficas e outros dados foram transcritos da  Enciclopédia Virtual Wikipédia)