Nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, em 30 de
novembro de 1847 e faleceu no Rio de Janeiro, em 14 de
junho de 1909. Foi
um advogado e político brasileiro. Membro do Partido
Republicano Mineiro, foi o 6º Presidente do Brasil.
Foi deputado
federal pelo e governador do Estado de Minas
Gerais, vice-presidente e presidente do
Brasil entre 15 de novembro de 1906 e 14 de
junho de 1909, data de seu falecimento. Antes da carreira política,
foi advogado e jurista.
Era
filho do imigrante português Domingos José Teixeira Pena e da brasileira Ana
Moreira dos Santos.
Diplomado
em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870,
Afonso Pena foi um dos fundadores e diretor, em 1892, da "Faculdade
Livre de Direito" de Minas Gerais, atual Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Exerceu o mandato de deputado pelo
estado de Minas Gerais, em 1874.
Foi
presidente do Banco do Brasil no período de outubro de 1895 a
novembro de 1898.
Nos
anos seguintes, enquanto se mantinha como deputado, também ocupou alguns
ministérios: da Guerra (1882), da Agricultura, Comércio e
Obras Públicas (1883 e 1884), e da Justiça (1885).
Afonso Pena e Rodrigues Alves, seu colega de faculdade, foram os dois
presidentes da república que foram antes conselheiros do Império do Brasil.
É
o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II que se tornou
Presidente da República do Brasil.
Afonso
Pena presidiu, a seguir, a Assembleia Constituinte de Minas Gerais, nos
primeiros anos da República.
Seu
filho, Afonso Augusto Moreira Pena Júnior, foi ministro da Justiça e
Negócios Interiores do presidente Artur Bernardes.
Governador e vice-presidente
Foi governador do estado de Minas Gerais entre 1892 e 1894,
sendo o primeiro governador de Minas Gerais a ser eleito pelo voto direto.
Foi durante seu governo que se decidiu pela mudança da capital do estado,
de Ouro Preto para a Freguesia do Curral d'El Rei, hoje Belo
Horizonte. Foi senador pelo estado de Minas Gerais.
Em 15 de novembro de 1902, Rodrigues Alves tomou
posse como presidente da República, tendo Francisco Silviano de Almeida
Brandão como seu vice-presidente. Silviano Brandão faleceu em setembro de
1902, antes de sua posse. Para ocupar seu lugar, Afonso Pena foi eleito
vice-presidente, em 18 de março de 1903, e, empossado na Vice-presidência,
em 23 de junho de 1903.
Na presidência da República
Afonso Pena foi eleito presidente da república, em 1 de
março de 1906, obtendo a quase totalidade de votos. Obteve 288 285
votos contra 4 865 votos de Lauro Sodré e 207 votos de Rui
Barbosa. Nilo Peçanha foi eleito, na mesma data, seu vice-presidente.
Apesar de ter sido eleito com base na chamada política do
café com leite, realizou uma administração que não se prendeu de tudo a
interesses regionais. Incentivou a criação de ferrovias, e interligou
a Amazônia ao Rio de Janeiro pelo fio telegráfico, por meio
da expedição de Cândido Rondon.
Em 1906 adotou o padrão ouro, criando
a Caixa de Conversão,
fixando o câmbio à Libra, no valor de 1 Mil-réis para
15 pense. Fez a primeira compra estatal de estoques de café, em vigor
na República Velha, transferindo assim, os encargos da valorização
do café para o Governo Federal, que antes era praticada
regionalmente, apenas por São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro, que haviam assinado o Convênio de Taubaté. Essas medidas
implicariam, mais tarde, em um período de grande prosperidade e controle
inflacionário, interrompido com o advento da 1ª Guerra Mundial. Modernizou
o Exército e a Marinha por meio do general Hermes da
Fonseca, e incentivou a imigração. Seu lema era: "governar é
povoar", lema absorvido e ampliado depois por Washington Luís: "Governar é povoar; mas, não se povoa sem se
abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é pois, fazer estradas".
Seus ministérios eram ocupados por
políticos jovens e que respeitavam muito a autoridade dele. Estes jovens
receberam a alcunha de Jardim
da Infância. Chegou mesmo a declarar, em carta a Rui Barbosa, que a função dos ministros era executar seu pensamento:
"Na distribuição das pastas
não me preocupei com a política, pois essa direção me cabe, segundo as boas
normas do regime. Os ministros executarão meu pensamento. Quem faz a política
sou eu".
Foi um grande incentivador das ferrovias,
sendo que se destaca em seu governo, a construção da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil e da ligação das ferrovias paulistas com as
paranaenses, permitindo-se pela primeira vez, a ligação do sudeste do
Brasil com o sul do Brasi,l por trem.
Em virtude de seu afastamento dos
interesses tradicionais das oligarquias, na chamada República oligárquica,
enfrentou uma crise por ocasião da sucessão. David Morethson Campista,
indicado pelo presidente, foi rejeitado pelos grupos de apoio a Hermes da
Fonseca (principalmente por Pinheiro Machado, mais influente congressista
daquela época).
Ainda tentou indicar os nomes de Campos
Sales e Rodrigues Alves, sem sucesso. Em meio a tudo isso, iniciou-se
também a campanha civilista, lançada por Rui Barbosa.
Faleceu durante
o mandato, em 14 de junho de 1909, em meio à crise política
gerada pelas disputas à sua sucessão que se daria em 1910, e pouco depois da
morte de seu filho, Alvaro Pena. O vice-presidente, Nilo Peçanha, assumiu a
Presidência.
Homenagens
É homenageado dando seu nome à cidade de Penápolis,
à cidade de Conselheiro Pena e ao Centro Acadêmico da Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o CAAP (Centro
Acadêmico Afonso Pena). Por ter sido seu fundador e primeiro diretor, a própria
Faculdade é até hoje chamada carinhosamente de Vetusta Casa de Afonso
Pena por seus alunos, ex-alunos, professores e funcionários, além de
toda a comunidade acadêmica e jurídica que com ela interage.
Em Belo Horizonte, dá seu nome à avenida mais importante da
cidade. De igual modo, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul seu nome figura na
principal avenida. Também empresta seu nome a uma importante avenida em Porto
Velho, Rondônia. É também homenageado em São José dos Pinhais, Paraná (Região
Metropolitana de Curitiba), dando nome ao principal aeroporto da
cidade, o Aeroporto Internacional Afonso Pena. E na cidade de São
José dos Campos, São Paulo foi dado seu nome a principal e mais movimentada
praça da cidade Praça Afonso Pena, que se localiza no centro da Cidade. No
bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro um logradouro tem sua
denominação, a Rua Afonso Pena, que liga a Rua Mariz e Barros à Rua Haddock
Lobo.
Na sua cidade natal, seu nome é dado a principal escola estadual
do município Escola Estadual Affonso Pena.
De volta às origens
No dia 13 de fevereiro de 2009 chegaram à
histórica cidade de Santa Bárbara o mausoléu e os restos mortais do
ex-presidente da República Afonso Pena. O traslado partiu do Cemitério São
João Batista, no Rio de Janeiro, para o casarão onde nasceu o político e
advogado.
O monumento onde estavam os restos mortais de Afonso Pena, no
Rio, foi inaugurado em 1912, e, provavelmente, esculpido na Itália.
Ele foi construído em mármore de Carrara por José Maria Oscar Rodolfo
Bernardelli, artista mexicano radicado no Brasil no fim do século
XIX. A figura, uma mulher chorando sobre a lápide de três toneladas, representa
a Pátria. O estilo do mausoléu é eclético, misturando neoclássico e art-nouveau.
Ministérios e Ministros
Ministério
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Ministro(s)
|
Período
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Início
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Fim
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Ministério da Justiça e
Negócios Interiores
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Augusto Tavares de Lira
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15 de novembro de 1906
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14 de junho de 1909
|
Ministério da Marinha
|
Alexandrino Faria de Alencar
|
15 de novembro de 1906
|
14 de junho de 1909
|
Ministério da Guerra
|
marechal Hermes da Fonseca
|
15 de novembro de 1906
|
27 de maio de 1909
|
general-de-divisão Luís
Mendes de Morais (interino)
|
27 de maio de 1909
|
14 de junho de 1909
|
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Ministério das Relações
Exteriores
|
José Maria da Silva Paranhos
Júnior, barão do Rio Branco
|
15 de novembro de 1906
|
14 de junho de 1909
|
Ministério da Fazenda
|
David Morethson Campista
|
15 de novembro de 1906
|
14 de junho de 1909
|
Ministério da Indústria, Viação
e Obras Públicas
|
Miguel Calmon du Pin e Almeida
|
15 de novembro de 1906
|
29 de dezembro de 1906
|
Ministério da Viação e Obras
Públicas
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