terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Floriano Vieira Peixoto – 2º Presidente do Brasil


Nasceu no engenho de Riacho Grande, em Ipioca, distrito da cidade de Maceió, no Estado de Alagoas, em 30 de abril de 1839 e faleceu em Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1895). Foi um militar e político brasileiro, primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, cujo governo abrange a maior parte do período da história brasileira, conhecido como República da Espada.
Nascido em uma família muito pobre, mudou-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos, para completar o curso secundário. Em 1858, ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro, declarado segundo-tenente quando da conclusão do curso, em 1861. Membro e posteriormente comandante do 1º Batalhão de Voluntários da Pátria durante a Guerra do Paraguai, participou de importantes episódios do conflito, como as batalhas de Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas e Angostura. Em 1870, retorna à capital e conclui o bacharelado em ciências físicas e matemáticas. Assumiu o cargo de presidente da província de Mato Grosso em 1884, ficando na posição por pouco mais de um ano. Foi um participante ativo da Proclamação da República, recusando-se a comandar a resistência imperial ao golpe de Estado republicano. Ascendendo ao posto mais alto do Exército Brasileiro em 1890, tornou-se Ministro da Guerra no mesmo ano. Eleito vice-presidente em fevereiro de 1891, torna-se presidente do Brasil em novembro do mesmo ano, face à renúncia do então presidente Deodoro da Fonseca, em meio a uma grave crise política.
Seu governo foi marcado por um intenso clima de rebeliões. Em 1892, foi publicado o Manifesto dos 13 generais, que tinha por finalidade contestar a legitimidade constitucional do governo de Floriano. Ele deveria convocar novas eleições, em vez de assumir a presidência, até o término do mandato de Deodoro. A Segunda Revolta da Armada, resultado de diversos conflitos entre o Exército e a Marinha, e a Revolução Federalista, crise política de ideais federalistas que buscavam depor o governador gaúcho Júlio de Castilhos, eclodiram, ambos, em 1893. Floriano debelou estes conflitos violentamente, consolidando-se no poder, o que lhe fez ganhar a alcunha de "Marechal de Ferro". O culto à sua personalidade, denominado florianismo, foi o primeiro fenômeno político de expressão focalizado em torno da figura de um personagem republicano no Brasil.
Origem e Carreira política/Militar
Floriano Vieira Peixoto é um dos dez filhos de Manuel Vieira de Araújo Peixoto e de Ana Joaquina de Albuquerque Peixoto. De família pobre, foi entregue, ainda recém-nascido, ao padrinho e tio, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto, por quem foi criado. José tinha melhores condições financeiras para criá-lo, sendo um senhor de engenho local e influente político provincial. Estudou em regime de internato no Colégio Espírito Santo, em Maceió, até completar os estudos primários. Aos 16 anos, em 1855, mudou-se para o Rio de Janeiro para fazer os estudos secundários no Colégio São Pedro de Alcântara.
O ingresso na carreira militar se deu dois anos depois, em 1º de maio de 1857, quando assentou praça como soldado voluntário no 1º Batalhão de Artilharia a Pé. No ano seguinte, aos 19 anos de idade, matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro, concluindo o curso em 1861, declarado segundo-tenente e integrando o Corpo de Artilharia. Com a eclosão da Guerra do Paraguai, Floriano foi para o Rio Grande do Sul em maio de 1865, juntamente com o 1º Batalhão de Voluntários da Pátria, denominação dada às unidades militares criadas em 1865 pelo Império do Brasil para reforçar o efetivo das forças militares do Exército Brasileiro na guerra. Participou, até o fim do conflito, das batalhas mais importantes da guerra, tais como as de Tuiuti, Itororó, Lomas Valentinas e Angostura. Ao término da guerra, foi promovido a tenente-coronel em 9 de abril de 1870.
Retornou à capital em 1870 para completar seu bacharelado em ciências físicas e matemáticas, concluindo a disciplina de mineralogia, única que restava para concluir o curso. Dois anos depois, em 11 de maio, casou-se com a filha de seu pai adotivo Josina Vieira Peixoto, no engenho de Itamaracá, perto de Murici, Alagoas, com quem viria a ter oito filhos.
Em 18 de abril de 1874 foi promovido a coronel e nomeado comandante do 3.º Regimento de Artilharia a Cavalo, posto que ocupou até 1878. Comandou o Arsenal de Guerra de Pernambuco de 1879 a 1881, cuja missão era inspecionar as unidades militares da região Nordeste.
No dia 13 de setembro de 1884, Floriano foi nomeado comandante das armas e presidente da província de Mato Grosso, com apoio do Partido Liberal, sucedendo ao Marechal Manuel de Almeida Lobo d'Eça. Ficou cerca de um ano no cargo, e, durante seu governo, apoiou a indústria extrativa do mate e adotou uma política de repressão a índios que ameaçavam Cuiabá. Quando o Barão de Cotegipe, do Partido Conservador, torna-se Presidente do Conselho de Ministros, em 1885, este nomeia José Joaquim Ramos Ferreira, então vice-presidente da província, como sucessor de Floriano.
No dia da Proclamação da República, encarregado da segurança do ministério do Visconde de Ouro Preto, Floriano se recusou a atacar os revoltosos e assim justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto: Sim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros!
Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo, Visconde de Ouro Preto.
Após a Proclamação da República, assumiu a vice-presidência de Deodoro da Fonseca, durante o Governo Provisório, sendo depois eleito vice-presidente constitucional e assumiu a presidência da república em 23 de novembro de 1891, com a renúncia do marechal Deodoro. O êxito dos planos de Deodoro dependia da unidade das Forças Armadas o que não ocorria na gestão anterior.
Presidência da República
O marechal Floriano encarnava uma visão da República não identificada com as forças econômicas dominantes. Pensava construir um governo estável, centralizado, nacionalista, baseado sobretudo no exército e na mocidade das escolas civis e militares ("República da Espada"). Essa visão chocava-se com a da chamada "República dos Fazendeiros", liberal e descentralizada, que via com suspeitas o reforço do Exército e as manifestações da população urbana do Rio de Janeiro. Mas, ao contrário do que se poderia prever, houve na presidência de Floriano um acordo tácito entre o presidente e o PRP (Partido Republicano Paulista). As razões básicas para isso foram os riscos, alguns reais, outros imaginários, que corria o regime republicano. A elite política de São Paulo via na figura de Floriano a possibilidade mais segura de garantir a sobrevivência da República, a partir do poder central. Floriano, por sua vez, percebia que sem o PRP não teria base política para governar. Seu governo teve grande oposição de setores conservadores, como a publicação do Manifesto dos 13 generais. A alcunha de "Marechal de Ferro" devia-se à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da República do Brasil. Recebeu também o título de "Consolidador da República".
Entre as revoltas ocorridas durante seu período, destacam-se duas Revolta da Armada no Rio de Janeiro, chefiada pelo almirante Saldanha da Gama, e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. A vitória de Floriano sobre essa segunda revolta gerou a ainda controversa mudança de nome da cidade de Nossa Senhora do Desterro, para Florianópolis ("Cidade Floriana") em Santa Catarina.
Em seu governo determinou a reabertura do Congresso e, entre outras medidas econômicas em decorrência dos efeitos causados pela crise financeira gerada pelo estouro da bolha financeira do encilhamento, o controle sobre o preço dos gêneros alimentícios de primeira necessidade e os aluguéis.
Apesar da constituição versar no artigo 42 novas eleições quando o presidente renunciasse antes de dois anos, Floriano permaneceu em seu cargo, alegando que a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República.

A Vigência do Estado de Sítio

Consta que Floriano Peixoto lançou uma ditadura de salvação nacional. Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora. Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca. Na chamada Segunda Revolta da Armada agiu de forma contundente, vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.
Em abril de 1892 decretou estado de sítio, após manifestações de opositores e divulgação de manifestos na Capital Federal. Prendeu os manifestantes e desterrou outros para a Amazônia. Quando Rui Barbosa ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal em favor dos detidos, Floriano Peixoto ameaçou os ministros da Suprema Corte: "Se os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã lhes dará o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão". O STF negou o habeas corpus por dez votos a um.

A segunda Revolta da Armada

Aconteceu em 1893, desta vez contra o presidente, marechal Floriano Peixoto. Esta também foi chefiada pelo almirante Custódio de Melo, depois substituído pelo almirante Saldanha da Gama. Floriano não cedeu às ameaças; assim, o almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. No ano seguinte Floriano e o exército brasileiro obtiveram apoio da marinha de guerra norte-americana no rompimento do bloqueio naval imposto pela marinha brasileira. Assim, o movimento desencadeado pela marinha de guerra brasileira no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a derrota e fuga dos revoltosos para Buenos Aires.

Marechal de Ferro

Floriano Peixoto, em seus três anos de governo como presidente, enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em fevereiro de 1893. Ao atacá-la, apoiou Júlio Prates de Castilhos. O apelido de "Marechal de Ferro" se popularizou devido à força com que o presidente suprimiu tanto a Revolução Federalista, que ocorreu na cidade de Desterro (atual Florianópolis), como a Segunda Revolta da Armada.

Entrega do cargo e morte

Floriano Peixoto entregou o poder em 15 de novembro de 1894 a Prudente de Morais, e morreu em 29 de junho do ano seguinte, em sua fazenda em Ribeirão da Divisa, atual Floriano, distrito de Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro, vítima de uma cirrose hepática. Deixou um testamento político:
" A vós, que sois moços e trazeis vivo e ardente no coração o amor da Pátria e da República, a vós corre o dever de ampara-la e defende-la dos ataques insidiosos dos inimigos".[....] A mim me chamais o consolidador da República. Consolidador da obra grandiosa de Benjamin Constant e Deodoro são o exército nacional e uma parte da armada, que a Lei e às instituições se conservaram fiéis. 
Consolidador da República é a guarda nacional, são os corpos de polícia da Capital e do estado do Rio, batendo-se com inexcedível heroísmo e selando com o seu sangue as instituições proclamadas pela Revolução de 15 de novembro.
Consolidador da República é a mocidade das escolas civis e militares derramando o seu sangue generoso para com ele escrever a página mais brilhante da história das nossas lutas.
Consolidador da República, finalmente, é o grande e glorioso partido republicano, que, tomando a forma de batalhões patrióticos, praticou tais e tantos feitos de bravura, que serão ouvidos sempre com admiração e respeito pelas gerações vindouras.
São esses os heróis para os quais a Pátria deve volver os olhos, agradecida.
À frente de elementos tão valiosos, não duvidei, um momento sequer, do nosso triunfo, e, pedindo conselhos a inspiração e a experiência e procurando amparo no sentimento da grande responsabilidade que trazia sobre os ombros tive a felicidade de poder guiar os nossos no caminho da vitória. [....] " – Floriano Peixoto, junho de 1895.
Ministérios e Ministros do Governo de Floriano
•Ministério das Relações Exteriores---Custódio de Melo, Fernando Pereira, Serzedelo Correia, Antônio de Sousa, Felisbelo Freire, João Pereira, Carlos de Carvalho e Alexandre do Nascimento
•Ministério da Guerra:
João de Oliveira, Custódio de Melo, Francisco de Moura, Antônio Galvão e Bibiano Costallat
•Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas:
Antão de Faria e Serzedelo Correia
•Ministério da Fazenda:
Antão de Faria, Rodrigues Alves, Serzedelo Correia, Felisberto Freire e Alexandre do Nascimento
•Ministério da Justiça e Negócios Interiores:
Fernando Pereira e Alexandre do Nascimento
•Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas:
Serzedelo Correia, Antônio de Abreu, Antônio Sousa, João Pereira e Bibiano Costallat
•Ministério da Marinha:
Custódio de Melo, Filipe Chaves, Francisco Neto, Bibiano Costallat e João Duarte
•Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos:
José Pereira e Fernando Pereira
•Ministério dos Negócios do Interior:
José Pereira e Fernando Pereira
Ministros do Governo de Floriano, Por Ordem Alfabética
Alexandre Cassiano do Nascimento
Antão Gonçalves de Faria
Antônio Eneias Gustavo Galvão
Antônio Francisco de Paula Souza
Antônio Luís Afonso de Carvalho
Antônio Paulino Limpo de Abreu (filho)
Bibiano Sérgio Macedo da Fontoura Costallat
Carlos Augusto de Carvalho
Custódio de Melo
Felisbelo Firmo de Oliveira Freire
Fernando Lobo Leite Pereira
Filipe Firmino Rodrigues Chaves
Francisco Antônio de Moura
Francisco José Coelho Neto
João Filipe Pereira
João Gonçalves Duarte
José Higino Duarte Pereira
José Simeão de Oliveira
Rodrigues Alves
Serzedelo Correia

(origem: Wikipédia: Floriano Peixoto )

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